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Flor brasileira volta colorida da Holanda e só perde em vendas para a rosa

Fabiana Marchezi

Do UOL, em Campinas (SP)

18/03/2014 06h00

Uma flor que até pouco tempo não tinha muito destaque no mercado nacional tornou-se uma das favoritas dos brasileiros depois que passou a ser cultivada por aqui com mudas trazidas da Holanda.

Nativa do Brasil, Chile e Peru, a astromélia ou alstroeméria começou a conquistar espaço no país com a chegada de variedades mais coloridas --de tons intensos, e até com pétalas de duas cores--, obtidas através de cruzamentos feitos por produtores europeus.

Ela se tornou a segunda flor mais vendida pela Cooperativa Veiling, de Holambra (SP), uma das principais distribuidoras de plantas ornamentais do país, só perdendo em volume de vendas para a rosa.

“Antigamente, as poucas alstroemérias cultivadas no Brasil não eram muito chamativas. Os botões eram pequenos, e não havia muita oferta de cores”, afirma Vivian Santos Maia, do Sítio Mantiqueira, em Munhoz (MG).

Com a introdução de novas variedades, diz ela, a flor deixou de ser coadjuvante nos arranjos para se tornar uma das preferidas de consumidores, atacadistas e decoradores, principalmente a partir de 2012.

De acordo com a Veiling, de Holambra, a produção da astromélia em larga escala se intensificou no Brasil nos últimos quatro anos, e hoje há cerca de 20 produtores da flor no país.

Em 2013, a cooperativa vendeu 79 milhões de hastes (flores em ramos) de rosas e 25 milhões de hastes de astromélias. Em terceiro lugar ficaram os lírios, cuja comercialização foi de 11 milhões de hastes.

“Começamos há dez anos, com quatro estufas. Hoje, já são 280, que produzem cerca de 10 milhões de hastes ao ano, de 30 variedades melhoradas geneticamente na Holanda, o que permite que um mesmo botão tenha duas cores”, afirma Vivian Santos Maia.

As hastes de astromélia originalmente não passavam de um metro de altura. Já as desenvolvidas na Holanda atingem pelo menos 1,20 metro. Cada haste apresenta cerca de seis botões de flores.

As estufas do Sítio Mantiqueira possuem sistema de irrigação e controle de luminosidade para haver produção o ano todo. Em cerca de seis meses já há hastes prontas para a colheita, que tem que ser feita antes de os botões desabrocharem.

A astromélia é considerada uma flor de boa durabilidade, mas tem as pétalas sensíveis. “É preciso cuidado para não amassá-la”, afirma Guedes. Nas empresas produtoras, a flor é mantida em câmaras frias antes de seguir viagem em caminhões refrigerados até as distribuidoras.

O catálogo da Terra Viva, de Araxá (MG), apresenta 16 tipos de astromélia. “As mais comuns são vermelhas, amarelas e brancas, mas também temos as mescladas, como as roxas com branco, amarelas com verde, rosas com amarelo”, diz Carlos Gouveia, gerente de marketing da empresa.

A variedade de cores e tonalidades, afirma, é que faz a flor ser apreciada pelos decoradores. “Ela é versátil e muito usada em arranjos e eventos, como casamentos. Também é uma ótima opção para se ter casa, porque permanece bonita por bastante tempo”, diz.

A astromélia chega a durar 20 dias em vasos. Para tanto, ela não pode ser exposta diretamente ao sol e, a cada dois dias, deve-se cortar um ou dois centímetros da base da haste e trocar a água do vaso. Algumas gotas de cloro na água também ajudam a preservar a flor.