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Ser atarefado não é o mesmo que produtivo; saiba se é um preguiçoso agitado

Getty Images
Imagem: Getty Images

12/11/2015 06h00

“Preguiçoso? Claro que não, sou atarefado! Acordo cedo e durmo tarde. Minha vida é agitada e não tenho tempo para quase nada. Minha agenda é cheia de compromissos e reuniões do começo ao fim. Adoro o que faço e gosto de produzir.”

É ótimo estar ocupado e produzindo, certo?

No entanto, se compreendermos o significado de ser verdadeiramente produtivo, poderemos descobrir que somos apenas preguiçosos agitados.

Preguiçoso agitado é alguém que tem pouca energia e às vezes é alguém que quer se passar por um grande intelectual ou profissional independente.

Conhecemos muitas pessoas assim nas empresas, que fazem tarefas sem saber ao certo a real utilidade daquele trabalho. Colecionam planilhas de Excel e apresentações em PowerPoint inúteis, passam o dia na empresa lendo bobagens na internet e enviando mensagens inúteis pelos grupos do WhatsApp.

O preguiçoso agitado não faz mal a ninguém. Poderíamos até agradecê-lo, já que ele faz muitas coisas das quais nos beneficiamos. Mas, como lhe falta inteligência, em geral tudo o que faz é imperfeito. E ele próprio não pode desfrutar dos resultados do seu trabalho, que é deixado e aproveitado pelos sábios.

Atualmente, o mundo está cheio de preguiçosos agitados. Correm o dia todo, comem mal, vivem nervosos, ora explorando, ora sendo explorados. Levam muito a sério o show temporário da economia, da crise e da política.

Ralam da manhã até a noite em trabalhos que odeiam, sempre tensos com tantos dados, números e burocracias, num ambiente morto e insalubre. Geralmente, vivem reclamando de suas empresas e não têm nenhum momento de alegria no trabalho.

Acabam ficando desanimados, invejosos com os resultados de outros profissionais e peritos em insultá-los. Mesmo que tenham muitos deveres, não os executam adequadamente e sempre procrastinam. Afinal, é assim que mantêm algo de que possam se queixar.

O chefe “biscoito de polvilho”

Muitos desses preguiçosos ocupam cargos de liderança na empresa. São aqueles que chamo de lideres “biscoito de polvilho”.

Quando comemos biscoito de polvilho, sua crocância faz barulho, seu farelo suja toda a roupa e, como alimento, não sustenta, pois em algumas horas estamos com fome novamente. O líder “biscoito de polvilho” é aquele que faz barulho pelos departamentos por onde passa, fica o dia todo andando de um lado para outro, dando a falsa impressão de que está ocupado, mas não “sustenta”, pois logo as pessoas percebem a falta de resultados.

Quando finalmente tem algum tempo livre, boa parte deles ainda precisa checar compulsivamente seus celulares, caixas de entrada e atualizações em meia dúzia de redes sociais. Nada de relaxar.

Na vida acadêmica, gosta de “conhecimento express”, nada que exija muita leitura, o que mais atrai são as técnicas que prometem resultados rápidos e imediatos. Não tem noção de que buscar “facilidades” faz dos preguiçosos não somente uns pobres atarefados, como também uns tolos.

Está na hora de despertar para sua carreira

Uma pessoa desperta usa a sua força e seu cérebro. Analisa a situação e toma decisões sábias sobre o seu trabalho. Sabe como agir em diferentes ocasiões. Não foge dos desafios, sabe que sabedoria não é sinônimo de coeficiente de inteligência alto, mas sim de saber analisar a situação e agir nos momentos certos na direção dos objetivos profissionais traçados.

Uma pessoa desperta e de bom senso também se prepara para a colheita profissional. Tem uma meta pessoal clara a cumprir e toma atitudes apropriadas no tempo certo para colher na melhor época.

Essa pessoa reconhece que a agitação não nos torna imunes à preguiça. Podem se ocupar, fazendo as coisas erradas na hora errada e aquilo que realmente deveriam fazer, não o fazem.

Já dizia Stephen Covey, autor de “Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes”: “Estar ocupado não significa estar sendo eficiente”.

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