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Você terá competência para o novo mercado, com ou sem reforma trabalhista?

Rafael Hupsel/Folha Imagem
Imagem: Rafael Hupsel/Folha Imagem

05/05/2017 04h00

Há um temor de que as mudanças propostas para a reforma trabalhista eliminem empregos. E é acompanhado de um nervosismo ainda maior em relação à interpretação (na minha opinião, equivocada) de que o trabalhador irá perder os direitos adquiridos ao longo de tanta luta no passado.

É preciso ajustar a lupa para enxergar com clareza o que está por vir, no que se refere ao mercado de trabalho.

Nossa CLT foi concebida e promulgada numa época em que nem a máquina de escrever elétrica existia. É fato que suas diretrizes não comportam com o que vivenciamos hoje.

Há 20 anos, havia menos de 700 mil robôs industriais em todo o mundo, segundo a International Federation of Robotics; hoje, há 1,8 milhão, e o número pode chegar a 2,6 milhões até 2019. A produção manufatureira também cresceu, mas o emprego no setor caiu em várias economias avançadas.

A tecnologia foi uma das causas dessas mudanças, mas não a única. Já observamos que as impressoras 3D, a biotecnologia e a inteligência artificial vão afetar várias indústrias. Tudo isso pode acontecer mais rápido do que esperamos.

É fato que a internet derrubou as barreiras físicas, hoje estamos conectados com qualquer pessoa no mundo ao custo de uma banda larga. Muitos negócios são feitos online e isso significa que a concorrência não é somente local, ganhamos o mundo como concorrente.

Especialistas dizem que a tecnologia poderá substituir os seres humanos em todos os setores. Em uma pesquisa pela consultoria PWC com mais de 5 mil pessoas do público em geral, em 22 países, 79% acreditam que a tecnologia provocará redução de emprego nos próximos cinco anos.

Escassez e mudança do trabalho devem ser a preocupação

Não surpreende que as pessoas estejam apreensivas. Com esse futuro próximo, a preocupação deveria ser com a escassez e a mudança do trabalho, e não em perpetuar direitos e deveres da CLT e até algumas regalias trabalhistas que jamais se sustentarão nesse mundo atual.

O objetivo desse artigo não é discutir as pequenas mudanças propostas em nossa CLT atrasada, que, sob meu parecer, parecem distantes da prática de mercado atual e que tanto travam o crescimento do país.

Minha visão é mais simples, e não simplista, em que um acordo estabelecido entre empregador e empregado pode flexibilizar e deixar mais interessante o trabalho para aqueles que têm competência e talento. Essa prática já acontece em países desenvolvidos.

Você está pronto para o novo mercado de trabalho?

Quero proporcionar uma reflexão importante sobre futuro próximo do mercado de trabalho e checar se você está pronto para essa realidade. Como você encontrará habilidades mais escassas como liderança, criatividade e adaptabilidade, necessárias para sua empresa inovar e construir uma diferenciação no mercado?

A tecnologia também cria empregos e até novas versões de antigos trabalhos. Alguns trabalhos desaparecerão; outros não, mas a natureza deles mudará.

Computadores superam os seres humanos em larga escala quando se trata de analisar grandes volumes de dados brutos. Mas eles não têm intuição, empatia e criatividade, características necessárias para dar sentido a esses dados.

Há várias razões para as organizações continuarem precisando de pessoas, afinal a tecnologia não consegue reproduzir atividades complexas e intuitivas. Mais uma vez as habilidades comportamentais farão toda a diferença no mundo corporativo.

No fim das contas, o que as empresas precisam é de talentos e de gente que gera resultado. Você já parou para pensar se o seu trabalho atual irá desaparecer, mudar ou se reinventar? E você acha que a CLT vigente vai garantir sua vaga de trabalho? Jamais! Está na hora de começar a expandir seus horizontes e desapegar de antigos pensamentos sobre o trabalho de ontem.

É difícil encontrar profissionais criativos, inovadores e com inteligência emocional. Que tal começar a focar a desenvolver tais competências? As habilidades comportamentais desse futuro próximo do trabalho você não compra em nenhum lugar, não pode herdar e ninguém pode doar tais competências a você: saiba que terá que desenvolvê-las.

Na era da revolução tecnológica, os talentosos nas competências comportamentais, como sempre, triunfarão. E aí? Vamos nessa?

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