Ouvinte é interesseiro e egoísta

Não tenha ilusões. Nós, como ouvintes, somos quase sempre interesseiros e egoístas. De maneira geral, só prestamos atenção se sentirmos que teremos algum tipo de benefício ou vantagem. De nada adianta pedirmos às pessoas um pouquinho de atenção. Quase sempre esse tipo de recurso conquista mesmo só um pouquinho de atenção.

Se o egoísmo e o lado interesseiro são características naturais das pessoas temos de usar a estratégia adequada para que o público se concentre o tempo todo. Portanto cabe a quem fala conquistar e manter a atenção dos ouvintes desde o princípio até o final da mensagem.

Entre todos os recursos de que dispomos para conquistar e manter a atenção das plateias e dos interlocutores dois são mais eficientes: criar expectativa e mostrar logo no início que tipo de vantagem terão. Avalie que benefício os ouvintes terão com sua mensagem, revele essa informação logo no princípio e procure criar expectativas, prometendo, por exemplo, revelar alguma novidade.

Sabendo que sua mensagem fará com que ganhem dinheiro, segurança, prestígio social, perspectivas profissionais, fama, poder, importância, conhecimento ficarão atentos e interessados na conversa ou na apresentação. Observe, entretanto, que as vantagens deverão ser aquelas que o ouvinte realmente desejar.

De nada adiantaria dizer que os ouvintes conquistariam fama e poder com sua mensagem se o que desejam é levar uma vida pacata e distante das badalações. Da mesma maneira não se empolgariam com a sua apresentação se dissesse que sua proposta proporcionaria alta rentabilidade, se o que desejam é segurança e estabilidade.

Talvez esse seja o maior de todos os segredos da comunicação – pensar com a cabeça dos ouvintes e dizer, com sinceridade, que os benefícios oferecidos são exatamente aqueles que desejariam receber. Para isso precisamos conhecer bem as características predominantes do público e planejar o rumo da exposição ou da conversa na direção certa.