Discurso populista de esquerda e direita engana porque atende nosso desejo
Os discursos políticos populistas demagógicos vão ao encontro do gosto das multidões e, por isso, se tornam bem-sucedidos. No mundo inteiro observamos esse fenômeno, desde países do terceiro mundo até os que estão na ponta do desenvolvimento econômico. A mensagem e a forma de transmiti-la atendem à demanda e às expectativas dos eleitores.
Tanto os regimes de esquerda quanto os de direita se valem das mesmas táticas para atingir o poder. Dizem à sociedade o que ela precisa para prosperar e ser feliz e produzem as mensagens nessa direção. Conscientizadas de que determinado modelo leva à conquista do bem-estar e da realização, constroem uma análise seletiva com pouca visão crítica.
Esse conceito pode ser mais bem compreendido a partir dos estudos desenvolvidos sobre a indústria cultural por dois dos maiores expoentes da Escola de Frankfurt, Adorno e Horkheimer. Para esses dois pensadores alemães, as pessoas têm sua capacidade crítica anestesiada pela maneira como o capitalismo opera na reprodução e distribuição da cultura.
Segundo os autores da obra “O Iluminismo como Mistificação das Massas”, publicada em 1947, a indústria cultural molda uma atitude passiva, impedindo que se desenvolvam iniciativas críticas ao fornecer às pessoas somente o que pensam desejar receber, impedindo que se motivem a buscar novas experiências, além daquelas que já conhecem e experimentaram.
Assim, nos comportamos diante daqueles que sabem manipular nossa vontade, espírito crítico e capacidade de discernimento. Só nos damos conta de que o que pensamos querer foi estabelecido para que tivéssemos apenas aquela opção, sem avaliar novas possibilidades de ações, quando deixamos de entender que aquilo que imaginávamos desejar não nos era conveniente.
É uma engrenagem tão bem articulada que muitas vezes nem mesmo os detentores e reprodutores dessa verdadeira indústria da mensagem política têm consciência dos recursos de que se valem para atingir seus objetivos. Ao perceberem que determinada estratégia funciona, vão repetindo a fórmula. Não raro, são orientados por alguns poucos que sabem como agir para que os resultados sejam auferidos. Coitados de nós que pensamos saber o que queremos.
Superdicas da semana
- Nem sempre a mensagem que agrada é a melhor para o nosso bem-estar
- Por mais difícil que seja, vale a pena avaliar sempre posições que contrariam a nossa
- Não há verdades absolutas que não possam e não devam ser questionadas
- Somos induzidos não apenas pelos políticos, mas por toda sorte de discursos
Livros de minha autoria que ajudam a refletir sobre esse tema: “Como Falar Corretamente e Sem Inibições”, “A Influência da Emoção do Orador no Processo de Conquista dos Ouvintes”, publicados pela Editora Saraiva, e “29 Minutos para Falar Bem em Público”, publicado pela Editora Sextante.
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