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Reinaldo Polito

Os 7 erros que você não pode cometer de jeito nenhum ao falar em público

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Imagem: iStock

01/08/2017 04h00

Veja os 7 erros que você deve evitar, se quiser falar bem em público.

1) Não dominar o assunto com profundidade

Algumas pessoas acham que, lendo meia dúzia de páginas sobre determinado assunto e fazendo algumas anotações, já estão prontas para enfrentar uma plateia. É evidente que agindo assim o orador se sentirá despreparado, inseguro e desconfortável. Quase sempre correrá o risco de ter de complementar com informações criadas ali diante do público.

Quem fala em público precisa ter um estoque extra de matéria. Deve saber muito mais do que irá utilizar. Assim, se sentirá seguro e confiante. Se tiver de se apresentar por 30 minutos, será importante que esteja preparado para falar durante uma hora. Esse conhecimento adicional dará a ele mais tranquilidade.

2) Não levar em conta que os grupos são diferentes

Cada plateia tem suas características e aspirações peculiares. O orador pode saber com antecedência qual o perfil predominante das pessoas que irão ouvi-lo. Até nem é muito difícil obter essas informações sobre o público. Basta avaliar os motivos que levaram os ouvintes àquele evento. O responsável pela organização do encontro poderá esclarecer essa questão.

Muitos oradores, entretanto, cometem o erro primário de não avaliar de maneira criteriosa o tipo de plateia que terão pela frente. Falam como se todas as pessoas fossem iguais e buscassem os mesmos objetivos. Quem não levar em conta as características dos ouvintes e que tipo de mensagem desejam receber pode ser malsucedido.

3) Não adequar o conteúdo ao tipo de público

O mesmo assunto pode ser abordado de diversas maneiras. Se um filatelista, por exemplo, falar para um grupo de investidores, sua abordagem deveria naturalmente ser dirigida para as vantagens do selo como investimento. Se, por outro lado, falar para um grupo de jovens estudantes, talvez fosse mais conveniente desenvolver o assunto como sendo um hobby que possibilita o intercâmbio entre jovens do mundo todo.

Vejo muitos oradores se apresentando sem contextualizar o tema ao perfil dos ouvintes. Não consideram a predominância da faixa etária, do nível intelectual, do conhecimento que tenham sobre o tema. Essa falta de adequação pode fazer com que os ouvintes deixem de se interessar pelo tema já nos primeiros instantes.

4) Não usar volume de voz apropriado ao ambiente

Ao chegar ao local onde fará a apresentação, o orador deve observar todos os aspectos que influenciarão o resultado da sua exposição. Rapidamente poderá avaliar a acústica da sala, a distância que ficará do último ouvinte, se vai ou não usar microfone. A partir desses fatores é que vai determinar o volume ideal da voz.

Já vi oradores gritando em ambientes pequenos e outros quase sussurrando em grandes auditórios sem microfone. Se os ouvintes tiverem dificuldade para ouvir, ou se sentirem agredidos por um volume muito alto, desproporcional ao ambiente, poderão criar resistências e se desinteressar pela apresentação.

5) Não se valer de vocabulário adequado

Se o orador tiver de falar para especialistas em determinado tema, poderá se valer de um vocabulário técnico, com termos específicos daquela atividade. Essa atitude facilitará a compreensão do público e até projetará uma imagem profissional positiva. Portanto, o vocabulário deverá sempre ser escolhido de acordo com a característica predominante da plateia.

Erra o orador que não leva em conta esses aspectos. Alguns falam diante de pessoas leigas como se estivessem se comunicando com seus pares de profissão. Sem entender o que está sendo transmitido, o público deixa de prestar atenção. A atitude contrária também é negativa, pois, se diante de especialistas o vocabulário for muito primário, pode dar a impressão de que o orador não pertence àquela atividade.

6) Não pronunciar as palavras de maneira compreensível

Se o orador pronunciar bem as palavras, facilitará a compreensão dos ouvintes e projetará a imagem de alguém bem preparado, com boa formação, conquistando assim, naturalmente, mais credibilidade. É importante, entretanto, que a pronúncia não seja forçada para que não pareça artificial.

Se, ao contrário, o orador pronunciar mal as palavras, a mensagem talvez não seja bem compreendida. Quando os ouvintes necessitam fazer esforço para entender, a tendência é que se desinteressem pela apresentação. Leituras em voz alta, gravadas até com o próprio celular, ajudam a tomar consciência de como as palavras são pronunciadas e aprimoram a articulação dos sons.

7) Não falar com postura correta ou gestos harmoniosos

A postura elegante, sem afetação, projeta imagem segura e confiante. Assim como gestos moderados destacam as informações relevantes, complementam a mensagem e ajudam a esclarecer o sentido do que está sendo comunicado.

O orador que se apresenta de maneira desleixada, apoiando-se ora sobre uma perna, ora sobre a outra, com gestos exagerados, ou com os braços imóveis quase o tempo todo, deixam de usar a expressão corporal, que é um dos recursos mais importantes na comunicação.

Cuidado especial deve ser observado com o semblante, que precisa ser expressivo e coerente com a mensagem transmitida.

Superdicas da semana

  • Evite falar com erros e defeitos que prejudicam suas apresentações
  • Corrija a dicção defeituosa com exercícios de leitura em voz alta
  • Observe sempre a postura para que sua imagem seja bem projetada
  • Cuidado para não gesticular demais nem de menos.

Livros de minha autoria que ajudam a refletir sobre esse tema: "29 Minutos para Falar Bem em Público", publicado pela Editora Sextante. "As Melhores Decisões não Seguem a Maioria", “Oratória para advogados”, "Assim é que se Fala", "Conquistar e Influenciar para se Dar Bem com as Pessoas" e "Como Falar Corretamente e sem Inibições", publicados pela Editora Saraiva. “Oratória para líderes religiosos”, publicado pela Editora Planeta.

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