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Reinaldo Polito

Bill Gates teve sucesso sem curso superior, mas os tempos são outros agora

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Imagem: Shutterstock

13/03/2018 04h00

Houve época, e não faz muito tempo, em que as pessoas não precisavam ter formação universitária para se saírem bem em algumas atividades, especialmente quando se dedicavam ao empreendedorismo. Bastava possuírem alguma habilidade em particular, força de vontade e perseverança no trabalho para garantirem o sucesso.

Quantos empresários construíram verdadeiros impérios apenas se valendo da intuição e capacidade empreendedora. Nos dias atuais, entretanto, alguns até podem se sair vitoriosos em seus empreendimentos, mesmo não possuindo experiência ou formação acadêmica, mas as chances são quase nulas.

Eu me lembro de que ao tentar ingressar no mercado de trabalho os candidatos não precisavam revelar se sabiam falar outro idioma ou se possuíam curso superior. Se alguém tivesse esse tipo de preparo já era considerado “fora da curva”, uma pessoa diferenciada.

Os casos mais emblemáticos, e bem conhecidos, de empreendedores bem-sucedidos que não concluíram curso superior são os de Bill Gates, Mark Zuckerberg, Michael Dell e Steven Jobs. O mais interessante é que todos eles sempre se vangloriaram desse feito. Como se dissessem: “sou tão especial que nem precisei estudar para chegar onde cheguei”.

Eu mesmo tive alunos que chegaram ao cume da carreira sem ter formação acadêmica: um que chegou à presidência da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e outro que presidiu a Bolsa de Valores de São Paulo. Com certeza, esses são, porém, fatos do passado. E vale a pena, por isso, fazermos uma reflexão sobre os dias atuais.

Sou presidente da ONG Via de Acesso. Um trabalho voluntário que realizo com imenso prazer. Todos os anos promovemos o maior Fórum de Carreira para jovens do país, com mais de 10 mil inscritos. Nesse evento se apresentam quatro palestrantes, dois pela manhã e dois à tarde. O próximo será no dia 12 de junho com inscrições gratuitas.

Em um deles, se apresentou Fernando Terni, que era o presidente de uma das maiores fabricantes de bebidas do país. Em sua palestra ele disse aos jovens, que lotavam o auditório, algo que surpreendeu a todos: para preencher uma ficha com intenção de se empregar na empresa, o candidato precisa dominar dois idiomas além do português.

Terni comentou que aquele que fosse admitido talvez nunca fizesse uso dos dois idiomas, talvez nem de um, mas a empresa agia assim porque a procura por vaga era tão grande que precisava estabelecer um critério, e quem sabia falar dois idiomas, provavelmente, era mais bem preparado.

Podemos concluir que nos dias atuais se uma pessoa não tiver curso superior ou não dominar algum idioma, nem consegue passar na porta da empresa. Mesmo que esteja formado e domine idiomas terá dificuldade, pois seus concorrentes terão no mínimo o mesmo tipo de formação.

Nesse cenário, a comunicação entra como fator determinante de qualificação. Se os candidatos possuem a mesma formação e têm relativamente o mesmo preparo, onde está a diferença entre um e outro? Quem se expressa melhor, com mais desenvoltura e é mais bem articulado leva vantagem.

Nas entrevistas, nas dinâmicas de grupo, essa competência é observada e avaliada com muito interesse. Os recrutadores sabem que na vida corporativa os profissionais precisam resolver problemas e encontrar soluções nas mais diferentes circunstâncias, e para isso dependerão da sua capacidade de comunicação.

Quando um profissional fala, é a própria empresa que está se expressando. Se ele se sair bem, a imagem da organização estará bem representada. Se, ao contrário, se sair mal, a reputação da companhia certamente ficará arranhada.

Por isso, esteja você ou não no mercado de trabalho, procure se aprimorar cada vez mais. A cada dia as empresas se tornam mais exigentes e criteriosas na formação de seus quadros. Embora a tecnologia ocupe cada vez mais espaço, ainda é o ser humano que conduz as organizações.

Em que patamar você se encontra hoje? Em que posição deseja chegar? Essa é a resposta que você deve procurar. Para atingir determinada função deve saber quais são os requisitos que precisam ser cumpridos. Avalie bem quais são os conhecimentos que precisará adquirir, quais as habilidades que terá de desenvolver e as lacunas que terão de ser preenchidas.

Provavelmente chegará à conclusão de que nesse processo ainda há muitas etapas a serem vencidas. Estabeleça objetivos, trace planos de como atingi-los, não desanime com possíveis dificuldades e... prepare-se.

Caberá a você e a mais ninguém cuidar do seu futuro. Domine os conceitos importantes da Matemática, do Português, da Informática, da Oratória e de tantas outras áreas que precisará conhecer. Faça do seu preparo o recurso mais poderoso para as suas conquistas profissionais.

Ao se capacitar, terá o mundo em suas mãos. Não dependerá de sorte ou azar. E muito menos de alguém que possa ou não lhe abrir as portas. Você as abrirá naturalmente. Com toda certeza.

Superdicas da semana:

  • Avalie onde deseja chegar na carreira e que conhecimentos ainda precisa adquirir
  • Entre outras competências, domine os conceitos de Matemática, Português, Informática e outras línguas
  • A intuição e a força de vontade ajudam, mas, sem preparo, a carreira poderá não ter sucesso
  • Não é que pelo fato de algumas pessoas terem se saído bem na vida sem preparo que também poderá conquistar o mesmo sucesso

Livros de minha autoria que ajudam a refletir sobre esse tema: "29 Minutos para Falar Bem em Público", publicado pela Editora Sextante. "As Melhores Decisões não Seguem a Maioria", “Oratória para advogados”, "Assim é que se Fala", "Conquistar e Influenciar para se Dar Bem com as Pessoas" e "Como Falar Corretamente e sem Inibições", publicados pela Editora Saraiva. “Oratória para líderes religiosos”, publicado pela Editora Planeta.

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