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Reinaldo Polito

Quer atrair atenção das pessoas numa reunião? Fale algo da realidade delas

12/06/2018 04h00

Não importa o assunto que você tenha de tratar, para dar resultado ele precisa sempre tocar os ouvintes. Observe no vídeo acima quais são os recursos disponíveis para que a mensagem possa interessar e envolver as pessoas durante uma apresentação.

Você não pode chegar à reunião da empresa, por exemplo, com a mensagem pronta, e fazer a apresentação apenas pensando no conteúdo em si. Para envolver o público, é preciso saber antes quais são as adaptações necessárias para que a informação vá ao encontro das expectativas, do interesse e da realidade dos ouvintes.

As perguntas que você deve fazer sempre, antes de se apresentar diante do público, são estas:

1) Quais são as expectativas dos ouvintes para esta apresentação?

2) O que efetivamente interessa à plateia?

3) Qual a realidade do público que precisa ser considerada?

A resposta a cada uma dessas questões ampliará de forma considerável as chances de sucesso no momento de falar em público. Só o fato de você se preocupar com essas reflexões já será meio caminho andado para se sair bem. Muitos, entretanto, preparam sua mensagem sem analisar as adaptações que deveriam fazer para conquistar os ouvintes.

Vamos imaginar que você seja especialista em finanças e tenha sido convidado para falar num evento que discute o meio ambiente. As pessoas estão ali para ouvir informações relacionadas ao tema do encontro. Se você se ativer apenas aos aspectos da sua área de atuação, sem levar em conta os objetivos dos ouvintes, talvez não encontre grande receptividade.

Por isso, relacionar o tema às características do público se torna ponto prioritário em sua apresentação. Nesse caso hipotético, você poderia comentar sobre as modalidades de financiamento para projetos importantes de preservação da natureza e a diferença de custos de cada um deles.

Agindo assim, atenderia aos dois objetivos: falaria sobre um assunto relacionado ao meio ambiente, atendendo às expectativas dos ouvintes, e continuaria confortável, pois estaria discutindo a matéria dentro do campo financeiro, que é a sua especialidade.

Observe que a delimitação desse tema dentro dos aspectos específicos do assunto que motivaram a presença das pessoas àquele evento instigaria a atenção e o envolvimento do público, fazendo com que todos percebessem que a apresentação foi elaborada com a finalidade de atender à demanda do encontro.

De maneira geral, os exemplos e ilustrações, quando são relacionados à circunstância dos ouvintes, como se tivessem sido planejados para a realidade da plateia, podem se constituir em excelente recurso para fazer essa aproximação do tema com o interesse do público.

Da mesma forma, informações que estejam mais próximas no tempo e no espaço podem provocar mais interesse que aquelas distantes da realidade das pessoas. Um fato mencionado como exemplo ocorrido hoje no local onde vivem os ouvintes poderia ser mais atraente ao público que outro ocorrido há dez ou 20 anos em uma região distante.

Se você falar para um grupo de advogados, não diga “ouvintes”, “clientes”, “empresas”. Substitua por “advogados”, “escritórios de advocacia”. Da mesma forma, se forem “engenheiros”, “médicos”, “professores”, “jornalistas”. Só o fato de se referir a eles pela denominação profissional poderá fazer com que tenham a sensação de que a mensagem foi elaborada para a realidade deles.

Se você analisar bem, não é uma tarefa difícil e pode produzir excelentes resultados. Fique atento ao tipo de público que irá enfrentar e, mesmo sem mudar o conteúdo da sua apresentação, faça as adaptações que possam ir ao encontro da realidade dessas pessoas.

Superdicas da semana:

  • Adapte a mensagem à realidade dos ouvintes
  • Atenda sempre às expectativas do público
  • Use ilustrações e exemplos que contemplem a atividade da plateia
  • Pequenas mudanças na abordagem do assunto podem provocar o interesse dos ouvintes

Livros de minha autoria que ajudam a refletir sobre esse tema: "29 Minutos para Falar Bem em Público", publicado pela Editora Sextante; "As Melhores Decisões não Seguem a Maioria", “Oratória para advogados”, "Assim é que se Fala", "Conquistar e Influenciar para se Dar Bem com as Pessoas", “Superdicas para escrever uma redação nota 1.000 no ENEM” e "Como Falar Corretamente e sem Inibições", publicados pela Editora Saraiva; e “Oratória para líderes religiosos”, publicado pela Editora Planeta.

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