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Conhece a fábula dos 7 anões concurseiros? Não vire um na hora de estudar

Ronaldo Marques/UOLRonaldo Marques/UOL
Imagem: Ronaldo Marques/UOLRonaldo Marques/UOL

20/08/2015 06h00

Você certamente já ouviu a história da Branca de Neve e os Sete Anões. Se você é pai ou mãe, já deve ter perdido as contas de quantas vezes essa história foi repetida para seus filhos. Hoje você verá uma história nova, com o mesmo escopo, chamada Branca de Neve e os Sete Concurseiros. Vamos a ela.

Era uma vez...

Em um reino muito distante, chamado Concursos, havia uma linda e meiga professora chamada Branca de Neve. Para serem admitidos no reino, os súditos, chamados Concurseiros, deveriam sempre se manter estudando e se preparando.

Quanto maiores suas notas, maiores suas chances de prosperar em Concursos e até assumir uma boa colocação na administração local, e receber o título de Concursado, um membro honorário do reino que garantia sua residência indefinidamente.

O reino tinha todas as condições de ser um lugar próspero e feliz, mas era administrado por bruxas maléficas, que estavam mais preocupadas com suas conquistas pessoais do que com os súditos.

Essas bruxas garantiam que todas as instâncias do governo fossem dominadas por suas amigas bruxas e até davam maiores benefícios para essas amigas bruxas do que para os demais concursados do reino, que tanto estudaram e se esforçaram para conquistar suas posições.

Uma prática muito comum das bruxas era abrir vagas temporárias para outras bruxas e aprendizes, que acabavam sendo nomeados para cargos e permanecendo longo tempo. Apesar disso, o reino dos Concursos continuava contando com milhares de concurseiros que se dedicavam muito para garantir seu sustento e residência.

Branca de Neve, conhecedora da realidade do reino que tanto amava, exercia sua função com muito afinco e procurava ajudar ao máximo os concurseiros. Ela tinha como mentoras três outras professoras, antigas no reino, chamadas Mérito, Dedicação e Superação Pessoal, que a ajudaram a conquistar tudo em sua vida.

Branca de Neve, assim como o reino, não fazia distinção entre seus alunos. Para ela, não importava se os concurseiros vinham de cidades vizinhas ou da floresta, se eram seres humanos ou místicos, animais ou homens, se tinham riquezas ou eram pobres. Tinha um carinho especial por sete dos seus alunos, para os quais reservava sempre bons lugares na sala de aula.

Os sete anões concurseiros

Esses sete concurseiros, no entanto, tinham um desempenho abaixo da média. Seu desempenho era anão quando comparado aos outros da turma. Mas Branca de Neve, professora resiliente, não abandonava por nada seus “alunos anões”. Seus nomes eram: Desinteressado, Sensível, Por Dentro, Alegre, Sabe-Tudo, Desatento, Sonolento e Ranzinza.

Desinteressado vivia dando desculpas para não comparecer às aulas, às provas e aos simulados programados. Suas desculpas eram as mais variadas, desde um resfriado até um compromisso inadiável.

Quanto mais absurda a desculpa, mais Branca de Neve se preocupava com a ausência, e pior era o rendimento do aluno na próxima avaliação. Deixando claro que suas desculpas não se restringiam à sala de aula, mas também ao estudo em casa.

Outra de suas preocupações, o Sensível, estava sempre absorto em sua baixa autoestima e ressentimentos. Quando tirava uma nota baixa, já começava a reclamar de que nada dava certo para ele, que ele não era bom o bastante, que deveria abandonar o curso e desistir do reino de uma vez por todas.

Sensível se recusava a ver suas qualidades e a mudar suas posturas e atitudes. Em qualquer adversidade na preparação, ele já abandonava os livros.

Por Dentro estava sempre atento, mas raramente às coisas certas. Ele estava sempre captando informações, mas sobre festas, redes sociais, vida alheia, e não sobre as provas, estudos e Concursos.

Por Dentro tinha uma incrível capacidade de administrar o tempo, sua agenda social era perfeitamente organizada, mas ele não aplicava as mesmas técnicas para sua preparação e nunca estava em dia com seus compromissos para Concursos.

Alegre era um caso muito especial. Ele estava sempre de bom humor e feliz, adorava contar piadas, anedotas e compartilhar imagens engraçadas com os colegas concurseiros. Branca de Neve se preocupava, porque apesar de positiva, a felicidade deve sempre ser um combustível para a preparação, e não uma distração, como era o caso do aluno.

Alegre estava sempre tão tranquilo e bem-humorado que não se preocupava com o estudo, com o futuro e com a disciplina.

Sabe-Tudo era conhecido por gostar de estar em evidência em tudo o que fazia. Se o nome dele aparecesse em destaque, ele ficava feliz. Se não, ficava deprimido. Ele estudava muito, mais para se destacar nas provas e em sala do que propriamente para aprender.

Ele era um aluno que sempre tinha uma resposta preparada e gostava de dar lições aos demais, mesmo não sendo seu lugar. Constantemente ele tentava achar formas de subestimar Branca de Neve, que, com muita paciência e sutileza, colocava o pequeno em seu lugar. Sua vaidade concorria com sua capacidade de ajudar os outros concurseiros.

Se havia um aluno que exigia atenção redobrada era o Sonolento. Era Branca de Neve começar uma lição que ele começava a bocejar. Não importava o assunto ou dinâmica da aula, era ela virar para usar o quadro ele caia em sono profundo, com a cabeça apoiada na mesa.

Branca de Neve conhecia a realidade de todos os concurseiros e sabia que alguns faziam longas jornadas para estarem ali e tinham família para sustentar, era compreensiva com quem sucumbia ao sono, dava pausas na aula para um lanche, um café. Mas Sonolento estava sempre cansado.

Sonolento era sedentário, estava acima do peso e se queixava de não ter tempo para nada, nem para respirar. Sua vida sem pausas, sem tempo para cuidar da saúde acabava exaurindo o concurseiro que não obtinha bons resultados.

Ranzinza vivia irritado com os colegas de sala, com sua vida, com o reino. Não perdia uma oportunidade de entrar em uma discussão, ser contrário a alguma atividade e criar desarmonia.

Branca de Neve descobriu que boa parte dessa atitude estava na falta de confiança em si e em sua capacidade de conquistar sua posição de concursado e, como reação, ele trazia uma energia negativa para toda a turma.

Ele tinha inveja dos alunos que eram aprovados pelo reino e justificava qualquer sucesso de seus colegas como favorecimento das bruxas. Este aluno precisava ser constantemente contornado, motivado e incentivado por Branca de Neve para que pudesse obter bons resultados e deixar que outros tivessem bons resultados.

Cuidado para não ser um anão

Talvez você tenha algum comportamento dentre os sete listados, e o objetivo dessa conversa é desafiar você a ter um desempenho maior, gigante, com altura suficiente para passar bem por cima das dificuldades, obstáculos e provas que for enfrentar.

Para isto, procure descobrir se você age como um anão. Se for o caso, procure mudar sua atitude e comportamento que os resultados mudarão em seguida, talvez não imediatamente, mas, com certeza, seus resultados irão melhorar.

Em seu curso, experimente observar como as pessoas se comportam e identifique esses estereótipos. Se identificar isso e puder ajudar o colega de sala (quando menos, dando esse artigo de presente), ajude. Se não tiver a capacidade de ajudar, procure não se influenciar. Nos concursos, vale a máxima de que “as más companhias corrompem os bons costumes”.

Tenha atitude de um gigante! Se você enfrentar seus dilemas, seus defeitos e suas limitações, estou certo que ocorrerá o que todos desejamos: um final feliz para sua história, independentemente das bruxas.

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