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A Terra Prometida e o Deserto Antes: concurso pede tempo e trabalho

Carlos Cecconello/Folhapress
Imagem: Carlos Cecconello/Folhapress

17/06/2016 06h00

Série: A Terra Prometida e o Deserto Antes

Parte III – Mantra número 1

Em março deste ano dei início a uma nova série de artigos aqui no UOL narrando a história de Concurciro, um rapaz pobre que resolve aceitar o desafio dos concursos e dá seus primeiros passos nessa grande aventura. No último episódio desta jornada épica rumo à aprovação, acompanhamos o choque inicial de Concurciro com o tamanho do trabalho pela frente, a surpresa com o volume de matérias que levou nosso herói a pensar que concurso não era para ele.

Sentado na mesa da cozinha, Concurciro olhava fixamente para seu celular, com o pão na mão. Sua mãe, acostumada a ver o filho falante, se surpreendeu. O que estava fazendo seu tagarela ficar tão quieto, afinal? Perguntou algumas vezes, mas sequer fez o filho desviar o olhar.

Preocupada, foi ver o que o menino assistia. Na pequena tela, um homem de camisa social gesticulava em uma sala de aula. Dona Esperança, intrigada, tirou o fone do ouvido do filho, trazendo-o de volta ao café da manhã.

Concurciro riu enquanto pausava o vídeo. Mal tinha visto a mãe entrar na cozinha. Dona Esperança logo perguntou o que o filho assistia tão compenetrado. O vídeo “Como Passar em Provas e Concursos” (link encurtado e seguro: http://zip.net/bdtjmD), disse o rapaz enquanto mastigava, de um professor... William Douglas que o Experiêncio me indicou.

Dona Esperança ficou feliz em ouvir que seu filho estava se interessando por concursos e estudo, acompanhava a trajetória de Experiêncio pela amizade antiga com a mãe do rapaz. Animada, falou para o filho deixar rolando enquanto ela fazia um lanche com ele.

Os dois assistiram juntos até o final, riram das piadas, ouviram as histórias do professor e de outros alunos, acompanharam as técnicas de estudo e aproveitaram aquele momento, não tão frequente, de sentarem à mesa juntos.

Dona Esperança levanta muito antes dos filhos para preparar a comida do dia antes de pegar nas encomendas de costura, entre o barulho da máquina, os clientes ao telefone e batendo à porta, às vezes só via os filhos tarde da noite. Apenas um dos muitos sacrifícios para que os meninos tivessem a chance de estudar. Ela faria tudo de novo.

Quando a palestra acabou, Concurciro ainda estava um pouco desconfiado. Falou para a mãe que parecia um pouco autoajuda demais. Mesmo como o professor falando que as técnicas funcionavam para todos, ele ainda achava que aquilo não era para ele. Ele, que não gostava de ler, que nunca foi bom aluno. Certamente aquilo não era para ele.

Dona Esperança sorriu tenramente para o filho lembrando que já estava atrasado para a entrevista de emprego, e antes que o filho saísse falou: “Será para você, quando você estiver pronto”.

As palavras da mãe martelavam na cabeça de Concurciro enquanto ele esperava o ônibus. “Quando eu estiver pronto”, repetia ele. Pegou o ônibus ainda encucado e cochilou. Acordou, por sorte, na hora certa, quase no ponto da entrevista.

Na sala de espera da agência, enquanto aguardava ser chamado, viu na televisão notícia sobre o concurso do INSS e especialistas falando sobre a preparação, relação candidato vaga, histórias de sucesso.

Foi quando viu a capa do livro “Como Passar em Provas e Concursos”, de relance, sobre a mesa de um dos alunos entrevistados. Lembrou da palestra e procurou o professor no celular, achou o site e fechou rápido porque chamaram seu nome.

Já em casa, depois de passar horas no engarrafamento, e enquanto falava com a namorada, Concurciro procurou o site novamente. Leu artigos, viu alguns outros vídeos, alguns depoimentos, achou as dicas de prova e como montar o quadro horário.

Depois de ler muito, seu irmão pediu para usar o computador e, antes de sair, ele anotou num pedaço de papel uma frase que achou no site: “A diferença entre o sonho e a realidade é a quantidade certa de tempo e trabalho (Mantra #1)”. Enquanto escovava os dentes para dormir, colou o papelzinho no espelho do banheiro. Se aquilo funciona para todo mundo, ele estava pronto para tentar...

Esperamos que você acompanhe essa jornada junto conosco, nos conte o que você acha da história de Concurciro e um pouco mais da sua história, como você se interessou por concursos, quais foram as primeiras percepções sobre a preparação. E não perca os próximos capítulos dessa trajetória que começou meio que por acaso e ainda guarda muitas surpresas.