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Como ficam as ações do BB após lucro recorde e alta dos juros?

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Imagem: Divulgação

Colaboração para o UOL, de São Paulo

29/03/2022 09h00

Esta é uma versão online resumida da edição desta semana da newsletter A Companhia, que detalha os dados de uma empresa em destaque no mercado. Para assinar o boletim semanal e ter acesso ao conteúdo completo, clique aqui.

O destaque da semana na newsletter A Companhia fica para o Banco do Brasil (BBAS3), escolhido pelo analista de bancos e serviços financeiros do Inter Research, Matheus Amaral.

Segundo ele, o banco tem se mostrado resiliente nos últimos anos. Desde 2017, há um foco maior na rentabilidade e na busca por reduzir despesas, a partir da venda de negócios fora da atividade principal do banco, diz o especialista.

Tal processo está em andamento, embora boa parte desses ativos ainda não tenham sido negociados, como no caso das fatias detidas no Banco Votorantim, no Banco Patagonia (Argentina) e na estrutura de cartões que envolve a Cielo -da qual possui o controle em conjunto com outras instituições.

Entre essas iniciativas, o BB passou a atuar em parceria com o Banco UBS na distribuição e corretagem em investimentos, por meio de uma joint venture, que ainda está ganhando tração, relembra Amaral.

De lá para cá, afirma o analista, os ganhos de eficiência trouxeram algum efeito no resultado e, em 2021, o banco apresentou um lucro líquido ajustado recorde de R$ 21 bilhões, com alta de 51,4% no comparativo anual.

Após queda de quase 20% em 2021, as ações do BB acumulam valorização de 26% neste ano, até o dia 24 de março.

Saiba mais sobre o Banco do Brasil

O Banco do Brasil é uma das maiores instituições financeiras do país, atuando em diversos negócios, o que inclui serviços bancários, seguros, mercado de capitais, gestão de fundos e meios de pagamentos, além de apresentar a maior carteira de crédito voltada ao agronegócio - com cerca de R$ 248 bilhões e 54% de participação de mercado.

Possui forte presença no crédito consignado, com uma carteira de R$ 107 bilhões e market share de 21%.

A instituição é líder em gestão de recursos de terceiros, com um volume de R$ 1,3 trilhão administrado pela BB DTVM, cuja fatia de mercado é de 25%.

Por que Banco do Brasil é uma oportunidade para investir?

Amaral ressalta que a instituição conseguiu apresentar uma boa lucratividade no ano passado.

O retorno sobre o patrimônio líquido (Roae) foi de aproximadamente 16% no intervalo, atravessando a pandemia de covid-19 com provisões adequadas à sua carteira de crédito e com excelente qualidade, apresentando níveis de risco e inadimplência abaixo de bancos privados, avalia a equipe de pesquisa do Inter.

Tais fatores, aliados a uma política consolidada de distribuição de lucros, que gira em torno de 40%, e a um desconto excessivo em seu valor de mercado - por conta do risco estatal -, fazem com que as ações do BB sejam uma boa oportunidade de investimento, afirma o analista.

Ele diz ainda que as atividades em meios de pagamentos com a adquirente Cielo, que é líder em volume transacionado no mercado, são um ótimo gerador de vendas cruzadas para o banco, a partir do relacionamento com pequenos, médios e grandes negócios.

Além disso, o BB possui uma forte presença na administração de folhas de pagamento e órgãos públicos, o que traz uma abrangência nacional e relevante em transações.

Outra frente de liderança da instituição é a BB Seguridade, holding que reúne todos os negócios em seguros e tem mostrado rentabilidade elevada e resiliência mesmo em cenários desafiadores, como a pandemia de covid-19.

Pontos a favor

  • Carteira de crédito defensiva, com baixa inadimplência e liderança em consignado e empréstimo rural, além de menor exposição em operações com pessoa física;
  • BB Seguridade apresenta negócio rentável e resiliente;
  • Sólida estrutura de capital, com Índice de Basileia (medida de saúde financeira de uma instituição) acima de concorrentes privados;
  • Bom pagador de dividendos;
  • Boa pontuação em ESG (sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança) e presente em diversos índices ligados ao tema.

Pontos contra

  • Controle estatal, que torna o BB vulnerável a interesses políticos conflitantes com os dos acionistas;
  • Grande estrutura física (agências e postos de atendimentos somam 5.683 unidades), o que traz maiores custos e menor eficiência;
  • As fintechs, o mercado competitivo e a agenda de inovações do Banco Central (como o open banking e o Pix) pressionam a posição de liderança.

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