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Carla Araújo

Militares dizem que são contra troca no comando da Saúde neste momento

Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, está em processo de fritura dentro do governo - ADRIANO MACHADO
Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, está em processo de fritura dentro do governo Imagem: ADRIANO MACHADO

Do UOL, em Brasília

06/04/2020 16h55

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Em linha com o que vem sendo expressado por boa parte da população, auxiliares do chamado núcleo militar do governo e oficiais da ativa e da reserva que possuem alguma abertura com o Palácio do Planalto estão tentando apaziguar os ânimos nesta tarde em meio a crescentes especulações em torno da demissão do Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde.

O objetivo é postergar uma troca no comando da pasta, o que poderia prejudicar as ações do governo no combate ao novo coronavírus.

"Numa crise de saúde pública, quando você coloca o componente político, a tendência é dar coisa errada", disse uma fonte palaciana. "Vamos aguardar", ponderou.

Outro militar de alta patente, que tem acompanhado as ações no combate à covid-19, disse que é algo que "depende apenas da cabeça do presidente e ninguém mais".

A avaliação de algumas fontes ouvidas pela coluna é de que os problemas no combate ao coronavírus são mais importantes, e o presidente Jair Bolsonaro deveria "segurar os impulsos" e evitar críticas públicas ao comportamento de Mandetta.

Alguns participantes do almoço que aconteceu hoje, no Palácio do Planalto, e que contou com a presença do deputado federal e ex-ministro Osmar Terra, disseram que o tema da demissão do Mandetta não foi diretamente tratado.

"O assunto com Osmar Terra foi sobre cloroquina. Somente isto. Não se tratou de demissão", disse um participante.

Auxiliares destacam que "há uma simpatia" e alinhamento maior com Terra e também com a médica Nise Yamaguchi, imunologista que defende o uso de hidroxicloroquina para o tratamento de coronavírus.

A permanência ou não de Mandetta deve ter um capítulo decisivo na reunião interministerial convocada para esta tarde. Há quem fale que será a última chance para que Bolsonaro aceite o ministro que "virou estrela".