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Carla Araújo

Mourão faz afago a Bolsonaro e diz que não há motivação para impeachment

Jair Bolsonaro, Hamilton Mourão e Fernando Azevedo e Silva - Marcos Corrêa/PR
Jair Bolsonaro, Hamilton Mourão e Fernando Azevedo e Silva Imagem: Marcos Corrêa/PR

Do UOL, em Brasília

01/02/2021 10h57

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Atravessando mais um momento de turbulência e falta de diálogo com o presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão usou as redes sociais nesta segunda-feira para fazer um afago ao presidente e também minimizar a possibilidade de uma abertura de impeachment no apagar das luzes da gestão de Rodrigo Maia.

"Como vice-presidente, afirmo que não há nenhuma motivação para aceitação de pedido de impeachment do nosso PR Jair Bolsonaro, o qual tem trabalhado incansavelmente para superar os desafios que o século XXI impõe ao Brasil", escreveu Mourão.

Na semana passada, Bolsonaro mostrou irritação com declarações de Mourão sobre mudanças em ministérios. O vice-presidente chegou a expor a insatisfação com a atuação do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Bolsonaro, no entanto, fez sinais de apreço e de que não demitirá Araújo.

No Palácio do Planalto, auxiliares do presidente reconhecem que o clima entre Bolsonaro e Mourão "nunca esteve tão ruim". Apesar disso, fontes militares, que conhecem bem o general Mourão, afirmam que o vice "é leal" e jamais tramaria algo para tentar tirar Bolsonaro de sua cadeira. Segundo assessores palacianos, o ideal agora seria tentar um período de paz entre Bolsonaro e o vice. A avaliação é que o momento exige cautela e quanto menos ruídos, melhor.

Em relação ao comportamento de Maia, auxiliares do presidente dizem que há um "desespero do fim do poder" e, pelo menos até o momento, eles não acreditam que o ainda presidente da Câmara dará seguimento a alguma ação de impedimento.

Semana ruim

Além das declarações de Mourão, outro episódio da semana passada ampliou o desgaste entre Bolsonaro e Mourão.

A troca de mensagens reveladas pelo site O Antagonista em que o então chefe de sua assessoria parlamentar, Ricardo Roesch Morato Filho, abordava o chefe de gabinete de um deputado federal para discutir a hipótese de impeachment do presidente Jair Bolsonaro.

Mourão demitiu o assessor.