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Governo tenta reverter desistência de Pires de assumir comando da Petrobras
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Com o presidente Jair Bolsonaro (PL) cumprindo agendas no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (4), as informações de que o economista Adriano Pires teria dificuldades para assumir a Petrobras e que poderia declinar o convite criaram mais um capítulo na briga do presidente com o atual comando da estatal.
Fontes do Palácio do Planalto confirmaram à coluna que o economista sinalizou na manhã desta segunda-feira a recusa do cargo. Apesar disso, quando a informação chegou ao presidente, a ordem foi para que não se tomassem decisões precipitadas.
Agora, auxiliares do presidente devem conversar com Pires para verificar quais pontos o levaram de fato a desistir do cargo e tentar encontrar soluções para a situação.
Justamente por isso, por volta das 13h30, uma nota distribuída pela assessoria do ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) tentou arrefecer os rumores de vacância na lista dos indicados.
"O Palácio do Planalto e o Ministério de Minas e Energia não receberam nenhum comunicado oficial do Senhor Adriano Pires nesta segunda-feira", diz a nota.
No fim de semana, o governo já havia recebido a recusa do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, para assumir a chefia do Conselho da Petrobras.
Conflito de interesses
Relatórios internos da Petrobras apontam dificuldades para que o nome de Pires seja aprovado na reunião do Conselho da empresa no próximo dia 13. As informações dos relatórios foram reveladas pelo jornal O Globo e confirmadas pela coluna.
Segundo fontes da Petrobras, "o dossiê" da diretoria aponta um provável conflito de interesses do economista para assumir a estatal, já que ele é consultor e possui ligações com empresários e empresas do setor de gás. A lista de clientes atendidos por Pires, no entanto, não é informada, conforme mostrou o UOL.
Em nota, o Ministério de Minas e Energia não confirmou o provável conflito de interesses, mas afirmou que o nome Pires está sendo submetido a avaliações para a aprovação.
"Adriano Pires, desde a semana passada, está cumprindo os trâmites legais e administrativos exigidos para a proposição do nome dele à Assembleia Geral Ordinária no dia 13 de abril. Temos que aguardar todas essas análises e, se tiver algum óbice, se pode ser superado", disse a pasta, durante o fim de semana.
Na Petrobras, desistência é aguardada
Apesar de nenhuma comunicação oficial ter chegado também na Petrobras, fontes da estatal afirmam que a situação de Pires "é incompatível" com o cargo e que a indicação teria sido uma "lambança" do governo.
O general Joaquim Silva e Luna, que foi demitido na semana passada, mas continua no cargo até o dia 13, já avisou a auxiliares que não tem a intenção de continuar na empresa.
O desgaste na relação de Bolsonaro com Silva e Luna, inclusive, é considerado pelo governo e pela Petrobras como "irreversível" neste momento.
Apesar disso, caso o governo não consiga reverter a desistência de Pires, será preciso correr para encontrar novos nomes. Nas palavras de um auxiliar do presidente: "ainda não temos e estamos procurando o plano B".
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