Magazine Luiza: de privatização dos Correios a trainee para negros
A empresária Luiza Trajano, dona da Magazine Luiza, participou do programa Roda Viva na noite desta segunda-feira (5) e seguiu como um dos temas mais comentados no Twitter um dia após a entrevista.
Hoje eu, Yolanda Fordelone, economista do Econoweek, separei quatro pontos econômicos abordados na roda de perguntas: privatização dos Correios, trainee para negros, imposto sobre grandes fortunas
Privatização dos Correios
Nem que sim, nem que não. Ao ser questionada sobre o interesse da varejista na concorrência pelos Correios, Luiza lembrou que não poderia desmentir nem afirmar o interesse pois a empresa é uma companhia aberta (com ações listadas em bolsa). Por regra, as empresas da bolsa precisam soltar fato relevante a todo o mercado a acionistas quando irão informar oficialmente sobre algo.
Os Correios estão na lista de empresas a serem privatizadas pelo governo. A proposta com o desenho da venda deve ser enviada ao Congresso até novembro. A empresária, porém, defendeu a privatização da cadeia logística, afirmando que o processo não significa que haverá demissões.
Trainee para negros
Hoje o tema voltou à roda de discussões após a Defensoria Pública da União entrar com uma ação civil pública de R$ 10 milhões na Justiça do Trabalho contra o chamado "marketing de lacração" da empresa.
Há algumas semanas, a Magazine Luiza anunciou que neste ano o programa de trainees aceitará apenas pessoas negras, o que dividiu opiniões. Parte das pessoas criticaram o programa por ser um "racismo reverso". Parte da sociedade apoiou como forma de tentar corrigir parte do racismo estrutural.
Fizemos um conteúdo explicando porque a diversidades em empresas (de gênero, orientação sexual, raciais, e outras) pode ser positivo do ponto de vista econômico.
Na noite de entrevistas, Luiza voltou a defender o programa, mas disse que o intuito era promover mudanças na empresa e não gerar algo maior no país. Isso porque o programa, que existe há 15 anos, estava recebendo cada vez menos candidatos negros em sua seleção.
"Como podemos colocar mais negros se eles não aparecem? O ponto de partida já é desigual", disse. "Cada vez mais as empresas vão ter de ter compromisso com a desigualdade", afirmou em outro momento da entrevista.
Taxar grandes fortunas
Neste ano, a empresária foi classificada pela lista da Forbes como a mulher mais rica do país, algo que a incomodou na entrevista.
Antes de responder a pergunta sobre taxar fortunas, Luíza fez questão de abrir parênteses para explicar que a lista é rotativa, pessoas entram e saem todos os anos, e que a fortuna dela está atrelada a ações. Os papeis têm momentos de alta e de queda e a fortuna seria algo muito volátil. "É o único ranking em que me estranho muito", disse.
Sobre a taxação de fortunas, Luiza disse ser a favor desde que também haja um gerenciamento de uso do dinheiro tributado. Para ela, a cultura de doação entrou para empresas sobretudo na pandemia. "O privado salvou muita coisa da fome até entrar os R$ 600", afirmou ao apontar que é contra colocar mais "na panela" de arrecadação do governo sem saber como o dinheiro será usado.
PIX, novas tecnologias e Amazon
A propósito do início dos cadastros do novo sistema de pagamento instantâneo PIX e novas tecnologias que estão por vir, Luiza disse que espera que mude bastante a forma de pagamentos no Brasil e que a companhia já está se preparando para isso, assim como os grandes bancos. Segundo a empresária, a companhia se prepara para ser mais forte no digital com um super app que reúna cada vez mais soluções.
"Se os EUA têm a Amazon, a China tem o Alibaba, por que o Brasil não pode ter uma empresa que faça bonito no digital?", questionou ao lembrar a frase de seu filho, Frederico Trajano.
Em seguida, foi questionada se a Amazon poderia comprar a Magazine Luiza. Segundo ela, não é a intenção, mas também os planos nunca foram ser maior que a gigante americana, mas atuar no mercado local com "o espírito brasileiro, com a cultura do Brasil".
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