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REPORTAGEM

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Setembro foi ruim? Descubra onde investir em outubro

César Esperandio

06/10/2021 04h00

Selic, Evergrande, crise hídrica, confusão política... Esses foram alguns dos fatores que fizeram de setembro um mês de bastante nervosismo no mundo dos investimentos. O que podemos esperar para outubro?

Conversamos com a especialista em finanças e investimentos Bruna Allemann sobre os eventos que balançaram a Bolsa e as aplicações financeiras em outubro e em quais investimentos estamos de olho para outubro. Você confere tudo isso no vídeo acima!

Vamos aos acontecimentos mais marcantes de setembro?

Inflação descontrolada

A crise hídrica brasileira, a alta de algumas commodities, como o petróleo, bem como o dólar mais caro por contendas políticas domésticas têm pressionado a alta de preços no Brasil.

A solução paliativa é a alta da Selic, que tem potencial limitado para conter a escalada da inflação devido a suas motivações de natureza diferente de uma pressão de demanda, em que os juros mais altos poderiam ser mais eficientes para cortar a inflação.

Alta da Selic

Com isso, o Banco Central subiu a Selic de 5,25% para 6,25% ao ano.

E já avisou que vai continuar subindo.

Alguns analistas já esperam que a Selic termine o ano próximo de 10%.

Esse foi um dos fatores que fez a rentabilidade nominal das aplicações de renda fixa subirem em setembro.

Os políticos não ajudaram

Outro fator que pressiona a alta de juros dos investimentos é a percepção de maior risco nos investimentos brasileiros, que faz os investidores exigirem um prêmio maior para aplicarem a grana no Brasil.

As manifestações antidemocráticas de 7 de setembro, com Bolsonaro afirmando que não mais jogaria "dentro das quatro linhas da constituição", acirrando as tensões entre os poderes, fez acender o sinal vermelho.

Nem mesmo a carta redigida por Temer quase como um pedido de desculpas ao STF com a assinatura de Jair Bolsonaro fez diminuir a desconfiança, como explicamos no vídeo do topo deste texto.

Gastos descontrolados

Você se lembra das promessas de campanha do presidente, que dizia que cortaria gastos e seria prudente da condução das finanças públicas? Elas ficaram para trás!

As reformas que reduziriam despesas empacaram, há um temor de um "calote" nos precatórios (dívidas do Governo para com empresas, entes públicos e pessoas físicas), além de gastos com vistas às eleições de 2022 pioraram as perspectivas fiscais do Brasil.

Tudo isso fez piorar o clima dos investimentos, cujos investidores evitam o Brasil como destino de suas aplicações (ou exigem prêmio de risco majorado).

Bolsas em queda

Para piorar, em setembro houve o temor da falência da Evergrande (gigante chinesa do setor imobiliário), que poderia contaminar o sistema financeiro global. O risco ainda está aí, e as Bolsas estão "apanhando" por conta disso.

Soma-se a isso a perspectiva de retirada de estímulos monetários e alta de juros de economias poderosas, como os Estados Unidos, diante de um cenário de maior inflação global.

Tudo isso fez as bolsas mundiais apresentarem queda no mês passado.

Mas a B3, a Bolsa brasileira, teve desempenho ainda pior que a média.

O que esperar para outubro?

Por incrível que pareça, a covid divide a cena entre as maiores preocupações do mundo dos investimentos com novos alertas:

  • O preço do petróleo e da energia podem continuar pressionando a inflação e o crescimento global.
  • As crises climática e hídrica bagunçam a economia, que continuará estressada.

Para outubro, podemos continuar contando com mais volatilidade no preço dos ativos de investimentos, principalmente os de renda variável, bem como continuidade da alta de juros, impactando a rentabilidade das aplicações de renda fixa.

Onde investir em outubro?

Esse é o X da questão!

Com a alta da Selic e quedas das Bolsas, as aplicações de renda fixa têm ganhado a preferência dos investidores, como exemplificamos no vídeo do topo deste artigo.

Vale a pena investir no Tesouro?

Para quem tem planejamento e pretende deixar o dinheiro investido até o vencimento, as aplicações de renda fixa garantem a rentabilidade combinada, de modo que esse "sobe e desce" não tem impacto para esses investidores.

O Tesouro Direto tem os investimentos de renda fixa mais seguros do Brasil, sendo que há mais de dez aplicações diferentes divididas em três grandes grupos, como mostramos no vídeo a seguir: Tesouro Prefixado, Tesouro Selic e Tesouro IPCA.

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