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Dólar vai a R$ 2,16, e BC faz pela 1ª vez no ano dois leilões num dia

Do UOL, em São Paulo

10/06/2013 14h04

Pela primeira vez no ano, o Banco Central realizou dois leilões num mesmo dia para segurar a alta do dólar, depois que a moeda norte-americana subiu mais de 1% nesta segunda-feira (10) e foi ao patamar de R$ 2,16.

Com a forte atuação do BC, o dólar desacelerou a alta, mas operadores argumentavam que a cotação continuava pressionada devido ao cenário externo.

Às 16h15, a moeda norte-americana subia 0,53%, a R$ 2,144 na venda, chegando na máxima do dia a R$ 2,16 e a R$ 2,134 na mínima.

"Apesar do leilão (do BC), a desaceleração da China e o rating dos Estados Unidos continuavam pressionando o dólar", afirmou o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca.

A disparada do dólar foi desencadeada pela decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor's de melhorar a perspectiva do rating dos Estados Unidos, alimentando expectativas de que o banco central do país comece a diminuir seu estímulo monetário.

Além disso, dados ruins da economia chinesa também contribuíam com o cenário de valorização do dólar, que pressionavam moedas ligadas a commodities.

Diante desse cenário, no início da tarde, o BC anunciou o primeiro leilão de swap cambial tradicional --que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro--, ofertando até 40 mil contratos com vencimentos em 1º de julho e 1º de agosto deste ano, mas cotação da divisa norte-americana desacelerou pouco.

Depois, o BC realizou novo leilão de swap tradicional, nas mesmas condições do primeiro, fazendo com que o dólar reduzisse mais a alta ante o real. No primeiro leilão, foram vendidos 20 mil contratos e, no segundo, outros 22,5 mil.

A última vez que o BC fez dois leilões de swap num mesmo pregão foi dia 26 de dezembro, quando a moeda rondava R$ 2,08.

"Ficou claro que essa atual taxa (do dólar) não interessa porque ela anula o esforço do aumento na taxa de juros para controlar a inflação", afirmou o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme, referindo-se à Selic, atualmente em 8%.

Agência de risco

A S&P melhorou nesta segunda-feira a perspectiva do rating dos Estados Unidos para "estável" ante "negativa". O rating soberano da maior economia do mundo é "AA+", segunda maior classificação.

O dólar vem ganhando força no mundo todo devido a perspectivas de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, comece a diminuir seu programa de estímulo monetário, o que reduziria a oferta de dólares nos mercados internacionais.

Dados econômicos ruins da China divulgados no final de semana pressionavam moedas ligadas a commodities, como é o caso do real.

"A China hoje não ajudou muito... E se você olhar o panorama externo, o nosso mercado acompanha", afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

(Com Reuters)