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Bovespa perde mais de 4% com ações de Eike, e vai a menor nível desde 2009

Do UOL, em São Paulo

02/07/2013 18h05Atualizada em 21/03/2014 15h11

Bovespa registrou queda acentuada nesta terça-feira (2). O Ibovespa (principal índice da Bolsa) fechou em baixa de 4,24%, aos 45.228,95 pontos. É a menor pontuação desde 22 de abril de 2009, quando a Bolsa fechou aos 44.888,20 pontos.

Também é a pior queda percentual diária desde 22 de setembro de 2011, quando o índice recuou 4,83%. Os negócios movimentaram R$ 8,98 bilhões, acima da média diária da Bovespa. 

As ações do empresário Eike Batista aprofundaram as perdas da véspera e ajudaram a puxar o índice da Bolsa para baixo. Depois de ter desabado quase 30% na véspera, a ação da petrolífera OGX (OGXP3) liderou as perdas da Bovespa hoje, afundando mais 19,64% e passando a valer R$ 0,45.

Além disso, os investidores estavam pessimistas com o crescimento da economia brasileira, depois da divulgação de dados fracos da indústria. A produção industrial recuou 2% em maio na comparação com abril, após ter subido nos dois meses anteriores. É o pior resultado mensal desde fevereiro.

Dólar avança para R$ 2,25

dólar comercial fechou em alta de 0,84%, para R$ 2,25 na venda, acompanhando a tendência dos mercados internacionais. É o maior valor de fechamento desde 20 de junho (R$ 2,258).

Os investidores estavam preocupados, aguardando a divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos nesta semana. No mercado brasileiro, os investidores estavam pessimistas com o crescimento da economia, depois que dados sobre a produção industrial indicaram queda. 

Na Bolsa, pânico e vendas generalizadas

Durante a tarde, o Ibovespa chegou a afundar 5,1% em seu pior momento, a 44.818 pontos.

"O movimento das ações indicou que houve investidores grandes se desfazendo de ações, estrangeiros saindo mesmo do mercado", disse um operador de uma corretora paulista que pediu para não ser identificado.

Operadores citaram também que a Bolsa atingiu um nível considerado "suporte". De acordo com cálculos estatísticos, analistas avaliam que abaixo deste nível, a tendência é de que o preço das ações continue caindo.

Isso desencadeou muitas ordens de "stop loss", uma tática de operadores de Bolsas para limitar o prejuízo, o que gera uma forte tendência de venda de ações.

"Estamos vendo uma crise de confiança em relação ao Brasil, o que acaba gerando um efeito manada", disse o gerente de renda variável da H.Commcor Corretora, Ariovaldo Santos.

O analista Aloisio Villeth Lemos, da Ágora Corretora, citou que o comportamento do Ibovespa na sessão lembrou "um movimento de pânico", em que "as vendas começam a se acelerar a qualquer preço".

"No curtíssimo prazo, não dá para afirmar que vamos ter uma melhora muito significativa da Bolsa. Existem oportunidades, mas é preciso ter estômago", afirmou Lemos.

Queda de Eike afeta ações de bancos

O pessimismo com as empresas de Eike Batista acabou afetando outros setores na Bovespa, especialmente os bancos, segundo analistas. Os investidores temem que as instituições recebam calote das empresas do empresário.

As ações do Bradesco (BBDC4) perderam 5,04%, a R$ 27,32; as do Itaú (ITUB4) recuaram 4,32%, a R$ 27,27. Os bancos são dois dos principais credores da OGX com ações negociadas em Bolsa.

As ações de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE5) também tiveram forte queda na sessão, aparecendo entre as principais influências de baixa para o índice. O papel da petrolífera caiu 4,76%, a R$ 15,39; o da mineradora recuou 4,33%, a R$ 26,10.

Apenas duas das 71 ações que compõem o principal índice da Bolsa fecharam em alta: a varejista online B2W (BTOW3) saltou 6,64%, a R$ 6,75, enquanto a Diagnósticos da América (DASA3) subiu 2,14%, a R$ 11,95.

Bolsas internacionais

As ações norte-americanas fecharam no vermelho, compensando a alta atingida mais cedo depois que o índice S&P 500 virou.

O Dow Jones caiu 0,29%, para 14.932 pontos. O Standard & Poor's 500 fechou quase estável, com leve queda de 0,06%, a 1.613 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq também fecho quase estável, com leve queda de 0,03%, a 3.433 pontos.

As ações europeias fecharam em queda, em uma sessão de poucos negócios.

O principal índice acionário europeu, o FTSEurofirst, ficou abaixo de um patamar considerado "suporte". Por meios de cálculos estatísticos, analistas avaliam que, abaixo deste nível, a tendência é que as ações continuem caindo.

O FTSEurofirst 300 fechou em queda de 0,4%, a 1.158 pontos.

Em Londres, o índice Financial Times teve leve queda de 0,06%. Em Frankfurt, o índice DAX perdeu 0,92%. Em Paris, o índice CAC-40 teve queda de 0,66%.

As ações de Tóquio fecharam em alta  e ajudaram a impulsionar os mercados asiáticos, em meio a sinais de modesta recuperação da economia no Japão e nos Estados Unidos.

O índice Nikkei do Japão atingiu o nível mais alto em quase cinco semanas, encerrando em alta de 1,78%, após ser impulsionado pelo avanço das empresas exportadoras.

Os investidores estavam cautelosos antes da divulgação dos dados de emprego dos EUA na sexta-feira, considerados como decisivos para determinar quando o banco central do país irá reduzir seu enorme programa de estímulo.

Hong Kong fechou em queda de 0,7%, Xangai subiu 0,57% e a Bolsa de Taiwan perdeu 0,25%. O mercado sul-coreano ficou quase estável, com leve queda de 0,04%, e Cingapura avançou 1,03%.

(Com Reuters)