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Dólar sobe quase 1% e fecha em R$ 2,37, por dados positivos dos EUA

Do UOL, em São Paulo

29/08/2013 17h09Atualizada em 30/08/2013 08h26

dólar comercial fechou em alta de 0,94%, a R$ 2,37 na venda nesta quinta-feira (29), após duas quedas seguidas.

O principal fator que influenciou a alta foram os dados positivos sobre a economia dos Estados Unidos.

O crescimento de 2,5% da economia norte-americana no segundo trimestre e a queda no número de pedidos de auxílio-desemprego levam a acreditar que a maior economia do mundo está se recuperando da crise.

Os resultados reforçam as expectativas dos investidores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) pode começar a reduzir o programa de estímulo monetário, que injeta mensalmente US$ 85 bilhões nos mercados.

"A melhora da economia dos EUA pode afugentar investidores que vão voltar a colocar seus recursos em portos mais seguros", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam, Jaime Ferreira, à agência de notícias Reuters.

Investidores pressionam cotação

A alta ganhou força durante a tarde, enquanto o Banco Central realizava uma venda de dólares com compromisso de recompra. 

Investidores pressionaram para cima a cotação para tentar elevar o montante que receberiam na liquidação dos contratos. No entanto, o BC não aceitou nenhuma proposta.

O BC ofertou até US$ 1 bilhão nos leilões, em dois lotes. A finalidade era rolar contratos que venceriam na próxima segunda-feira.

Segundo o gerente da mesa de câmbio da Advanced Corretora, Celso Siqueira, investidores aproveitaram o momento do leilão para puxar as cotações do dólar.

"Quanto mais alta ele fizer a taxa do dólar, mais vai receber lá na frente", afirmou à agência de notícias Reuters.

Pressões internas e externas

A decisão do Banco Central na noite de quarta-feira de elevar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 9% ao ano, não foi capaz de atrair investidores para o Brasil buscando maiores rendimentos às suas aplicações.

Além disso, como parte do programa de intervenção para conter a alta do dólar, o Banco Central vendeu 10 mil contratos em um leilão equivalente à venda de dólares no futuro.

A ação também não foi suficiente para conter a alta nesta quinta.

Analistas e operadores creditam ao programa diário de intervenção do BC o fato de o dólar ter registrado sucessivas quedas no Brasil.

Ainda assim, levantam a possibilidade de saída de investidores do país caso se confirme a expectativa de um ataque à Síria no mesmo momento em que a economia dos EUA mostra sinais de estar melhorando.

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Intervenções do BC

Os leilões que estão sendo realizados diariamente pelo Banco Central fazem parte de um plano de intervenção contínua, anunciado pelo BC na semana passada.

Além deles, o BC anunciou ainda, na terça-feira, que fará nos dias 16, 17 e 18 de setembro leilões de rolagem de 135.300 contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda de dólares no futuro) com vencimento em 1º de outubro.

 Esse cronograma coincide com as datas da reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, marcada para 17 e 18 de setembro e na qual investidores acreditam que o banco central dos EUA poderá decidir reduzir suas compras mensais de títulos.

(Com Reuters)