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Dólar sobe quase 1% e se mantém no maior nível em duas semanas, a R$ 2,286

Do UOL, em São Paulo

09/09/2014 17h15Atualizada em 09/09/2014 18h02

dólar comercial fechou em alta pelo segundo dia seguido nesta terça-feira (9), com valorização de 0,91%, a R$ 2,286 na venda. Com isso, a moeda norte-americana se mantém no maior nível desde 25 de agosto, quando valia R$ 2,291.

Na véspera, o dólar havia subido 1,16%. 

Contexto internacional

A alta desta sessão foi influenciada por temores de que a alta dos juros nos Estados Unidos possa ocorrer mais cedo do que o esperado.

O Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) de San Francisco publicou na véspera estudo mostrando que investidores projetam juros baixos por mais tempo do que os próprios integrantes do banco central esperam.

Economistas das principais instituições de Wall Street, por exemplo, projetam a primeira elevação de juros no terceiro trimestre de 2015, com as taxas fechando 2015 a 0,75%e 2016 a 2,13%, segundo o estudo. Já as autoridades do Fed veem os juros a 1% no final do ano que vem, chegando a 2,5% no fim de 2016.

O documentou impulsionou o dólar em escala global, pois juros mais altos podem atrair para os EUA recursos atualmente investidos em países onde os rendimentos são maiores (como é o caso do Brasil).

Ainda no contexto internacional, pesaram preocupações com a possibilidade de a Escócia votar a favor da independência do Reino Unido.

Contexto brasileiro

Aqui, investidores aguardavam as próximas pesquisas de intenção de voto nas eleições presidenciais de outubro, que serão divulgadas a partir desta terça-feira.

De acordo com a agência de notícias Reuters, o mercado tem se mostrado apreensivo com a possibilidade de a vantagem da ex-senadora Marina Silva (PSB) em relação à presidente Dilma Rousseff (PT) em um eventual segundo turno continuar diminuindo.

No fim de semana, essas preocupações ganharam mais força, após denúncias sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo a Petrobras (PETR4) citarem o ex-candidato do PSB Eduardo Campos, ainda segundo a Reuters.

Nesta manhã, pesquisa da CNT/MDA mostrou Dilma em empate técnico com Marina em eventual segundo turno, reforçando o quadro de incertezas eleitorais. Agora, investidores aguardam levantamento do Datafolha, que tem divulgação prevista para a partir desta terça-feira.

O foco no cenário eleitoral fez com que investidores minimizassem a notícia de que a agência de classificação de risco Moody's revisou a perspectiva da nota da dívida pública do Brasil de "estável" para "negativa", o que indica que pode cortá-la em sua próxima avaliação.

Ainda no cenário nacional, as intervenções do Banco Central também influenciaram o resultado do dia. 

Ações no mercado de dólar

O BC também manteve seu programa de intervenções diárias, com as novas regras anunciadas em junho. 

Foram vendidos 4.000 novos contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares): 1.000 com vencimento em 1º de junho e 3.000 para 1º de setembro de 2015. A operação movimentou o equivalente a US$ 197,6 milhões. 

Além disso, o BC realizou mais um leilão para rolar os contratos de dólar que vencem em 1º de outubro. Foram vendidos 6.000 swaps: 1.600 com vencimento em 3 de agosto de 2015 e 4.400 para 1º de outubro de 2015.

A operação movimentou o equivalente a US$ 295,9 milhões. Ao todo, o BC já rolou US$ 592,4 milhões, ou cerca de 9% do lote total do mês que vem, que corresponde a US$ 6,677 bilhões.

(Com Reuters)

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