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Dólar tem 2ª alta e atinge maior valor em mais de 6 meses, a R$ 2,365

Do UOL, em São Paulo

18/09/2014 17h17Atualizada em 18/09/2014 17h17

dólar comercial fechou em alta pelo segundo dia seguido nesta quinta-feira (18), com valorização de de 0,31%, cotado a R$ 2,365 na venda. É o maior valor de fechamento desde 11 de março, quando a moeda norte-americana valia R$ 2,368. 

Na véspera, a dólar havia subido 1,25%. 

Nesta sessão, a moeda dos EUA foi influenciada novamente pela decisão de política econômica do Federal reserve (Fed, banco central norte-americano) na véspera.

O Fed reiterou sua promessa de manter os juros próximos de zero após terminar seu programa de compra de títulos, mas sugeriu que, quando começar a subi-los, o ritmo de alta será mais intenso do que o esperado.

A alta dos juros nos EUA preocupa investidores brasileiros, pois poderia atrair para lá recursos atualmente investidos em países emergentes, como é o caso do Brasil.

Cenário brasileiro

Investidores ficaram mais tranquilos depois de comentários de um diretor do Banco Central (BC) terem sido interpretados como um recado de que a instituição pode aumentar a atuação no mercado de câmbio para conter a forte alta do dólar nas últimas semanas.

O diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles, afirmou que o "câmbio é flutuante" e que há um programa para absorver choques mais fortes de instabilidade no mercado. Ele disse ainda que, do ponto de vista da estabilidade do sistema financeiro, a taxa de câmbio pode ir de um extremo ao outro sem gerar problema.

O dólar acima de R$ 2,35 poderia gerar mais inflação, já que os produtos importados ficariam mais caros. Para evitar que isto aconteça, o BC poderia intensificar sua intervenção no mercado de câmbio, por meio de rolagem dos contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares).

Intervenção no mercado de câmbio

Nesta sessão, o BC manteve seu programa de intervenções diárias, com as novas regras anunciadas em junho. 

Foram vendidos todos os 4.000 contratos de swap cambial ofertados; 1.500 têm vencimento em 1º de junho de 2015 e os outros 2.500 são para 1º de setembro do próximo ano. A operação movimentou o equivalente a U$ 197,8 milhões.

Além disso, o BC realizou mais um leilão para rolar os contratos de swap que vencem em 1º de outubro. Foram vendidos 6.000 swaps: 2.000 contratos com vencimento em 3 de agosto de 2015 e 4.000 para 1º de outubro de 2015.

A operação movimentou o equivalente a US$ 295,9 milhões. Ao todo, o BC já rolou o equivalente a US$ 2,665 bilhões, ou cerca de 40% do lote total do mês que vem, que corresponde a US$ 6,677 bilhões. 

Quadro eleitoral

Ainda no cenário nacional, investidores também aguardam as próximas pesquisas de intenção de voto sobre as eleições presidenciais. Os últimos levantamentos têm mostrado Marina Silva (PSB) em empate técnico com a presidente Dilma Rousseff (PT) em eventual segundo turno.

De acordo com a agência de notícias Reuters, o mercado prefere Marina ao atual governo.

(Com Reuters e Valor)

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