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Bolsa cai 3,4% e tem menor nível desde junho, puxada por bancos e estatais

Do UOL, em São Paulo

21/10/2014 17h47Atualizada em 21/10/2014 19h00

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda de 3,44%, aos 52.432,43 pontos nesta terça-feira (21). É a menor pontuação final diária desde 5 de junho, quando a Bolsa fechou a 51.558,79 pontos.

Na véspera, a Bolsa já tinha caído 2,55%; em dois dias, o tombo chega a 5,91%.

Com isso, a Bolsa passou a registrar queda de 3,11% em outubro; até a véspera, o saldo era positivo em 0,34%.

Os investidores continuaram de olho na disputa eleitoral. Pesquisa Datafolha divulgada na véspera mostrou a presidente Dilma Rousseff (PT) à frente de Aécio Neves (PSDB) na intenção de votos.

Dilma passou de 49% dos votos válidos (excluindo brancos, nulos e indecisos) na última pesquisa para 52% neste levantamento, enquanto Aécio foi de 51% para 48%. É um empate técnico no limite máximo da margem de erro do levantamento, que é dois pontos para mais ou para menos.

Operadores e analistas têm manifestado insatisfação com as diretrizes econômicas do atual governo, segundo a agência de notícias Reuters.

Petrobras e BB caem quase 7%

As ações de empresas estatais e do chamado "kit eleição", papéis que mais têm oscilado por causa de expectativas eleitorais, foram a principal influência de baixa.

A preferencial da Petrobras (PETR4), que dá prioridade na distribuição de dividendos, fechou em queda de 6,92%, a R$ 16,68; a ordinária (PETR3), que dá direito a voto, caiu 5,43%, a R$ 16,19. Juntos, os dois papéis representaram um quarto de todos os negócios do Ibovespa no dia.

A ação do Banco do Brasil (BBAS3) fechou em queda de 6,77%, a R$ 28,10. Nesta terça, a Folha divulgou que o banco driblou regras e emprestou R$ 2,7 milhões à apresentadora de TV Val Marchiori, amiga do presidente do BB, Aldemir Bendine.

Ainda entre os bancos, Itaú Unibanco (ITUB4) teve baixa de 5,02%, a R$ 33,85; e Bradesco (BBDC4) perdeu 5,15%, a R$ 34,82.

Dólar fecha a R$ 2,477, mas chegou a passar de R$ 2,50

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta pelo segundo dia seguido, subindo 0,52%, a R$ 2,477 na venda. É o maior valor de fechamento desde 2 de outubro, quando a moeda fechou em R$ 2,492.

Ao longo da sessão, a cotação chegou a passar de R$ 2,50.

Agência de risco corta nota da Petrobras

A agência de classificação de risco Moody's cortou a nota da dívida da Petrobras em real e em moeda estrangeira nesta terça-feira (21). A classificação caiu um degrau, de "Baa1" para "Baa2". Isso sinaliza menos confiança para os investidores aplicarem seu dinheiro na empresa. 

Apesar do rebaixamento, a estatal ainda ficou num nível de "grau de investimento", ou seja, é considerada uma boa pagadora, uma empresa recomendável para se investir. 

Ações de destaque

Além do "kit eleições", as ações da própria Bovespa (BVMF3) fecharam em queda nesta terça, perdendo 8,23%, a R$ 10,70. O papel da Eletorbras (ELET6) caiu 7,88%, a R$ 9,35.

As construtoras também tiveram um dia negativo: a PDG Realty (PDGR3) fechou em queda de 7,76%, a R$ 1,07, e a Rossi Residencial (RSID3) perdeu 7,22%, a R$ 0,90.

A Ecorodovias (ECOR3) também apareceu entre as maiores baixas, perdendo 7,11%, a R$ 11,10.

Apesar de não serem tão diretamente afetadas pelas eleições, todas estas empresas são dependentes do cenário macroeconômico, e a baixa das ações reflete o pessimismo dos investidores.

No sentido oposto, a Fibria (FIBR3) teve a maior alta do dia, avançando 2,99%, a R$ 25,85. Foi seguida pela Suzano (SUZB5), com ganhos de 2,53%, a R$ 9,33, e pelo Santander (SANB11), que registrou alta de 2,47%, a R$ 15,35.

Saiba quais são os motivos do sobe e desce do dólar, as medidas adotadas pelo governo e quem essa oscilação beneficia

Entenda

Bolsas europeias saltam; Japão cai 2%

As principais Bolsas de Valores da Europa fecharam em forte alta, depois que a agência de notícias Reuters informou que o BCE (Banco Central Europeu) pode comprar títulos de empresas para tentar reanimar a economia.

A Bolsa da Itália saltou 2,79%; a de Portugal subiu 2,62%; a da Espanha ganhou 2,39%; a da França avançou 2,25%. A Bolsa de Frankfurt, na Alemanha, registrou ganhos de 1,94%; e a de Londres subiu 1,68%.

Na Ásia, a Bolsa do Japão desacelerou depois de ter subido 4% na véspera, e fechou em queda de 2,03%, com investidores vendendo ações para embolsar os lucros, ajudados pela alta do iene em relação ao dólar.

Outros mercados da Ásia e do Pacífico variaram pouco, por causa de preocupações com o crescimento da China. A Bolsa chinesa de Xangai perdeu 0,72%; a Coreia do Sul recuou 0,77%; e Taiwan perdeu 0,11%.

Na contramão, Cingapura subiu 0,68%, e Sydney, na Austrália, ganhou 0,11%. Hong Kong fechou praticamente estável, com leve alta de 0,08%.

(Com Reuters)