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Eleição faz bancos e estatais saltarem na Bolsa; BB sobe 37,7% desde março

Luiza Calegari e Maria Carolina Abe

Do UOL, em São Paulo

24/10/2014 18h13Atualizada em 24/10/2014 18h13

Elas foram o destaque na Bolsa nos últimos meses e até ganharam um apelido: kit eleições. As ações de Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, Itaú e Bradesco subiram e desceram loucamente em meio às expectativas e especulações sobre o próximo governo do Brasil.

Os movimentos mais bruscos começaram a ser notados a partir de março, quando o cenário para as eleições presidenciais começou a se formar. Na época, pesquisas mostraram queda na aprovação ao governo, investidores ficaram otimistas com a possibilidade de mudança e o kit eleições subiu.

A política econômica da atual presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), é alvo de críticas nos mercados financeiros. Portanto, pesquisas mostrando queda de Dilma faziam as ações do "kit eleições" subirem; uma alta de Dilma, pelo contrário, levava os papéis para baixo.

De meados de março até setembro, as ações de estatais e bancos subiram fortemente. 

Em setembro, no entanto, o cenário começou a virar, com pesquisas mostrando um avanço de Dilma. As ações destas empresas passaram a cair. Mesmo assim, elas ainda continuam acima do patamar em que estavam em março de 2014.

Veja o comportamento das principais ações durante o período.

Preferencial da Petrobras

A ação preferencial da Petrobras (PETR4), que dá prioridade na distribuição de dividendos, começou a subir no dia 17 de março (quando valia R$ 12,57), e a tendência durou até 2 de setembro (quando a ação fechou em R$ 24,56). Neste período, o papel se valorizou 95,39%.

A partir de setembro, a ação começou a cair. Perdeu 33,63% até esta sexta, quando cada papel fechou valendo R$ 16,30.

Ainda assim, a alta acumulada desde março foi de 29,67%.

Ordinária da Petrobras

A ação ordinária da Petrobras (PETR3), que garante direito a voto nas assembleias da empresa, valia R$ 12,02 em 17 de março, quando começou a subir. Em 2 de setembro, a ação chegou a R$ 23,29, uma alta de 93,7%.

Depois, no entanto, o papel entrou em uma tendência de queda: perdeu 32,6% até fechar em R$ 15,70 nesta sexta.

Apesar disso, de março até agora a ação acumula alta de 30,62%.

Banco do Brasil

O papel do Banco do Brasil (BBAS3) saiu de um patamar de R$ 18,70 em 17 de março e subiu até dobrar de valor, atingindo R$ 37,46 em 2 de setembro.

Caiu 31,26% e fechou a R$ 25,75 em 24 de outubro, véspera do segundo turno das eleições. 

Ainda assim, de março até agora, acumulou valorização de 37,7%.

Itaú Unibanco

A ação do Itaú (ITUB4) começou a subir mais cedo: de R$ 29,29 no dia 14 de março, o papel subiu até fechar a R$ 41,24 em 2 de setembro. A alta no período, portanto, foi de 40,8%.

A partir de setembro, a ação passou a uma tendência de queda, até R$ 33,15 em 24 de outubro. Nesse período, a baixa foi de 19,62%.

De todo modo, de março até a véspera do segundo turno eleitoral, registrou valorização de 13,18%.

Bradesco

O papel do Bradesco (BBDC4) também tem sido afetado pelo noticiário de eleições. Em 14 de março, a ação saiu de R$ 26,37 para fechar a R$ 41,64 em 3 de setembro, uma valorização de 57,9%.

A ação, então, caiu 19,19% até a última sessão antes do segundo turno eleitoral, quando fechou a R$ 33,65.

Ainda manteve uma alta de 27,61% entre 14 de março e 24 de outubro.

Eletrobras

A ação preferencial da Eletrobras (ELET6) valia R$ 8,57 em 7 de março, e fechou em R$ 12,52 no dia 1º de setembro. Neste período, a valorização foi de 46,09%.

Entre setembro e outubro, no entanto, a tendência do preço foi de queda. A ação tombou 27% e fechou negociada a R$ 9,14 nesta sexta. 

Mesmo assim, a Eletrobras acumula, desde março, ganhos de 6,65%.

Apesar de ter sido bastante afetada pelo noticiário das eleições, a Eletrobras também refletiu o cenário das empresas do setor elétrico.

As empresas tiveram de negociar empréstimos com o governo para cobrir perdas, decorrentes da necessidade de acionar usinas térmicas para evitar um racionamento de energia.