Dólar cai pelo 5º dia, a R$ 3,122, e atinge menor valor em quase um mês

No quinto dia seguido de desvalorização, o dólar comercial fechou em queda de 0,22% nesta segunda-feira (6), cotado a R$ 3,122 na venda. É o menor valor da moeda em quase um mês, desde 10 de março, quando fechou valendo R$ 3,104.

Na sessão anterior, o dólar havia caído 1,36%, a R$ 3,129.

Investidores reagiram à divulgação de dados sobre empregos fora do setor agrícola nos Estados Unidos.

Como o número foi divulgados na sexta-feira (3), quando os mercados estavam fechados devido ao feriado da Sexta-Feira Santa, o impacto dele nos negócios acontece nesta segunda.

De acordo com o Departamento do Trabalho dos EUA, foram criadas 126 mil vagas em março, o menor número desde dezembro de 2013. O fraco desempenho do mercado de trabalho pode indicar uma desaceleração da economia dos EUA e adiar a elevação, pelo Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano), das taxas de juros no país.

Juros mais altos lá poderiam atrair para os EUA recursos atualmente investidos em outros países, como o Brasil. 

Economistas sobem projeção para dólar neste ano

Nesta segunda, economistas consultados pelo Banco Central subiram a projeção para a cotação do dólar no final deste ano: eles agora preveem que a moeda alcance R$ R$ 3,25 (na semana passada a estimativa era R$ 3,20).

Eles também aumentaram mais uma vez a projeção de inflação neste ano, de 8,13% para 8,2%. O valor ultrapassa de longe a meta do governo, que é de 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos (ou seja, varia de 2,5% a 6,5%).

Para o PIB (Produto Interno Bruto), a previsão foi cortada pela 14ª semana seguida, indo de -1% para -1,01%. A previsão para a Selic, a taxa básica de juros, foi mantida em 13,25%.  

Atuações do BC brasileiro 

O Banco Central realizou mais um leilão para rolar os contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 4 de maio. Foram vendidos 10,6 mil contratos: 5.100 para 1º de março de 2016 e os outros 5.500 com vencimento em 3 de outubro do ano que vem.

A operação movimentou o equivalente a US$ 513,3 milhões. Até o momento, o BC rolou US$ 1,543 bilhão, ou o equivalente a cerca de 15% do lote total com vencimento em maio, correspondente a US$ 10,115 bilhões.

Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

Em março, o BC encerrou seu programa de atuações no mercado de câmbio, em que vendia, todo dia, novos contratos de swap com o objetivo de evitar um forte avanço da moeda norte-americana.

(Com Reuters)