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Dólar tem 3ª alta seguida e fecha a R$ 3,455; moeda avançou 30% neste ano

Do UOL, em São Paulo

03/08/2015 17h10Atualizada em 03/08/2015 17h31

O dólar comercial fechou em alta nesta segunda-feira (3), pela terceira sessão seguida. A moeda norte-americana avançou 0,87%, a R$ 3,455 na venda. Novamente, é o maior valor de fechamento em mais de 12 anos, desde 20 de março de 2003, quando valia R$ 3,478. 

Com isso, o dólar começa o mês de agosto em alta, após ter fechado julho com valorização de 10,16%. No ano, a moeda norte-americana já acumula ganhos de 29,93% --o dólar terminou 2014 valendo R$ 2,659

A alta no dia foi influenciada pela indicação de que o Banco Central não deve aumentar suas intervenções no câmbio mesmo após a moeda norte-americana saltar às máximas em 12 anos.

      De olho na Lava Jato

      Os investidores também estavam de olho na nova fase da operação Lava Jato da Polícia Federal, com a prisão do ex-ministro José Dirceu levando a operação diretamente ao centro do governo do ex-presidente Lula. 

      "A prisão (de Dirceu) pode reverberar no Planalto e aumenta ainda mais a sensação de incerteza aqui", disse o operador de uma corretora nacional à agência de notícias Reuters, sob condição de anonimato.

      Em meio a isso, operadores afirmam que, com o término do recesso parlamentar no Brasil, devem voltar a ganhar força os atritos entre o Legislativo e Executivo na aprovação de medidas que integram os esforços do governo para resgatar a credibilidade da política fiscal do país.

      Perspectiva de alta no curto prazo

      A perspectiva para o curto prazo continua sendo de dólar em alta, com o cenário político interno no centro das atenções.

      "As tensões políticas têm pesado muito e devem continuar assim", disse o especialista em câmbio da Icap Corretora, Italo Abucater, para quem o dólar pode subir a R$ 3,80 no curto prazo.

      "Não temos nada no horizonte para favorecer uma queda do dólar", disse.

      Atuação do BC no mercado de câmbio

      Pesou ainda sobre o dólar o sinal do BC de que não pretende ampliar sua atuação no mercado.

      A autoridade monetária deu início nesta sessão à rolagem dos swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, que vencem em setembro, vendendo a oferta total de até 6.000 contratos. O volume correspondeu a US$ 289,6 milhões, ou cerca de 3% do lote para o mês que vem, que equivale a US$ 10,027 bilhões.

      Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

      Se mantiver esse ritmo e fizer leilões até o penúltimo pregão do mês, como tem feito, o BC rolará 60% do lote total, fatia aproximadamente igual à rolagem dos contratos para agosto. Alguns operadores acreditavam que o BC poderia aumentar o ritmo da rolagem diante do salto do dólar, que tende a encarecer produtos importados e deixar a inflação mais alta.

      "O BC deixou claro que não vale a pena brigar contra a alta do dólar", disse o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca.

      (Com Reuters)