Dólar tem 3ª alta seguida e fecha a R$ 3,455; moeda avançou 30% neste ano
O dólar comercial fechou em alta nesta segunda-feira (3), pela terceira sessão seguida. A moeda norte-americana avançou 0,87%, a R$ 3,455 na venda. Novamente, é o maior valor de fechamento em mais de 12 anos, desde 20 de março de 2003, quando valia R$ 3,478.
Com isso, o dólar começa o mês de agosto em alta, após ter fechado julho com valorização de 10,16%. No ano, a moeda norte-americana já acumula ganhos de 29,93% --o dólar terminou 2014 valendo R$ 2,659.
A alta no dia foi influenciada pela indicação de que o Banco Central não deve aumentar suas intervenções no câmbio mesmo após a moeda norte-americana saltar às máximas em 12 anos.
De olho na Lava Jato
Os investidores também estavam de olho na nova fase da operação Lava Jato da Polícia Federal, com a prisão do ex-ministro José Dirceu levando a operação diretamente ao centro do governo do ex-presidente Lula.
"A prisão (de Dirceu) pode reverberar no Planalto e aumenta ainda mais a sensação de incerteza aqui", disse o operador de uma corretora nacional à agência de notícias Reuters, sob condição de anonimato.
Em meio a isso, operadores afirmam que, com o término do recesso parlamentar no Brasil, devem voltar a ganhar força os atritos entre o Legislativo e Executivo na aprovação de medidas que integram os esforços do governo para resgatar a credibilidade da política fiscal do país.
Perspectiva de alta no curto prazo
A perspectiva para o curto prazo continua sendo de dólar em alta, com o cenário político interno no centro das atenções.
"As tensões políticas têm pesado muito e devem continuar assim", disse o especialista em câmbio da Icap Corretora, Italo Abucater, para quem o dólar pode subir a R$ 3,80 no curto prazo.
"Não temos nada no horizonte para favorecer uma queda do dólar", disse.
Atuação do BC no mercado de câmbio
Pesou ainda sobre o dólar o sinal do BC de que não pretende ampliar sua atuação no mercado.
A autoridade monetária deu início nesta sessão à rolagem dos swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, que vencem em setembro, vendendo a oferta total de até 6.000 contratos. O volume correspondeu a US$ 289,6 milhões, ou cerca de 3% do lote para o mês que vem, que equivale a US$ 10,027 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
Se mantiver esse ritmo e fizer leilões até o penúltimo pregão do mês, como tem feito, o BC rolará 60% do lote total, fatia aproximadamente igual à rolagem dos contratos para agosto. Alguns operadores acreditavam que o BC poderia aumentar o ritmo da rolagem diante do salto do dólar, que tende a encarecer produtos importados e deixar a inflação mais alta.
"O BC deixou claro que não vale a pena brigar contra a alta do dólar", disse o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca.
(Com Reuters)
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