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Dólar sobe a R$ 3,627, maior valor desde 2003, e fecha o mês com alta de 6%

Do UOL, em São Paulo

31/08/2015 17h07Atualizada em 31/08/2015 17h07

Após bater R$ 3,68 durante o dia, o dólar comercial reduziu os ganhos e fechou esta segunda-feira (31) em alta de 1,17%, a R$ 3,627 na venda. É o maior valor de fechamento desde 27 de fevereiro de 2003, quando a moeda norte-americana bateu a marca de R$ 3,662.

Com isso, a moeda norte-americana encerra agosto com avanço de 5,91%, o segundo mês seguido de valorização. Em julho, a alta tinha sido de 10,16%.

Cenário nacional

Investidores estavam preocupados com as contas públicas brasileiras. O governo entregou nesta segunda a proposta de Orçamento da União de 2016 com a previsão de deficit primário de R$ 30,5 bilhões, o que representa 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Isso significa que o governo não vai economizar nada para pagar os juros da dívida, e vai ter que emprestar mais dinheiro. 

Investidores acham que essa decisão deixaria o Brasil mais próximo de perder seu grau de investimento.

"Não há nada de animador, nada de boas notícias", disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca, à agência de notícias Reuters. "Desde que me entendo por gente, este está sendo um dos piores momentos para o mercado financeiro".

Atuações do BC

O dólar subiu, apesar da maior intervenção do Banco Central no mercado de câmbio. Após o fechamento dos negócios na sexta-feira (28), o BC anunciou para esta sessão leilão de venda de até US$ 2,4 bilhões com compromisso de recompra em 4 de novembro de 2015 e 2 de dezembro de 2015.

Além disso, o BC sinalizou que deve rolar integralmente os swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em outubro.

Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

Mercado externo

A apreensão com o cenário brasileiro somou-se a preocupações com a desaceleração da economia chinesa.

(Com Reuters)