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Dólar tem 3ª alta seguida e fecha valendo R$ 3,981, apesar de ação do BC

Do UOL, em São Paulo

21/09/2015 17h08

dólar comercial teve a terceira alta seguida nesta segunda-feira (21), de 0,57%, e fechou a R$ 3,981 na venda. 

É o segundo maior valor atingido pelo dólar desde o início do real, sendo superado apenas pelo dia 10 de outubro de 2002, quando a moeda norte-americana encerrou na máxima histórica de R$ 3,99. 

Durante o dia, o dólar chegou a atingir R$ 3,999, perto do recorde de R$ 4 atingido durante a sessão.

Na sexta-feira (18), o dólar subiu 1,96%, fechando a semana com alta acumulada de 2,09%.

O valor do dólar varia de acordo com a fonte de informação utilizada. O UOL Economia usa a agência de notícias Reuters. Além disso, esse valor se refere ao câmbio comercial, que é sempre menor do que o valor para turistas. Nas casas de câmbio de São Paulo, o dólar já é vendido a R$ 4,46.

Cenário nacional

Os investidores estavam preocupados com as contas públicas brasileiras e com a eventual perda do selo de bom pagador por uma segunda agência de classificação de risco.

Há duas semanas, a agência Standard & Poor's (S&P) cortou a nota do Brasil, retirando o chamado "grau de investimento". O país ainda mantém a nota de bom pagador de acordo com as outras duas principais agências: Fitch e Moody's.

Nesta semana, haverá votações no Congresso de medidas importantes para o ajuste das contas públicas. Declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aliviaram um pouco a alta do dólar. Cunha disse que o veto da presidente Dilma Rousseff ao reajuste dos servidores do Judiciário não deveria ser derrubado --pesando menos nas despesas do governo. 

Atuações do BC

O dólar subiu mesmo após o Banco Central anunciar nova intervenção no mercado de câmbio.

O BC realizou nesta sessão leilão de venda de até US$ 3 bilhões com compromisso de recompra. Segundo a assessoria de imprensa do BC, a operação não é para rolagem de uma linha já existente. 

Trata-se da quarta intervenção desse tipo desde 31 de agosto.

"A intervenção do BC ajuda, mas não faz milagre", disse o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca, à agência de notícias Reuters. Siaca acredita que a moeda norte-americana deve atingir o recorde de R$ 4 no curtíssimo prazo.

O BC também deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em outubro, vendendo a oferta total de até 9.450 contratos.

Ao todo, já rolou o equivalente a US$ 6,299 bilhões, ou cerca de 67% do lote total, que corresponde a US$ 9,458 bilhões.

Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

Cenário externo

No cenário internacional, declarações no fim de semana do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) de San Francisco, John Williams, de que uma alta de juros ainda deve ser apropriada neste ano também influenciaram a alta do dólar.

Juros mais altos nos EUA podem atrair para lá recursos atualmente aplicados em países como o Brasil.

(Com Reuters)