Dólar bate recorde em 16 meses, com Lula preso e exterior; Bolsa cai 1,78%
O dólar comercial fechou esta segunda-feira (9) em alta de 1,6%, cotado a R$ 3,422 na venda. É o maior valor de fechamento em 16 meses: em 5 de dezembro de 2016, o dólar valia R$ 3,429. Em janeiro deste ano, a moeda norte-americana estava mais barata: chegou a valer R$ 3,14.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, registrou queda de 1,78%, a 83.307,23, a pontos. Essa é a segunda baixa seguida do índice e seu menor nível desde 9 de fevereiro (80.898,7 pontos).
Na última sexta-feira (6), a moeda subiu 0,78%, cotada a R$ 3,368 na venda, enquanto a Bolsa caiu 0,46%.
A sessão desta segunda foi influenciada pela cautela dos investidores com temores de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China e também com a cena política local, diante de preocupações com a eleição presidencial de outubro, após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Marfrig dispara
Entre os destaques da Bolsa, as ações da Marfrig dispararam 18,81%, na maior alta do Ibovespa no dia. A empresa anunciou nesta segunda-feira a compra de controle da norte-americana National Beef Packing Company, por US$ 969 milhões.
A Eletrobras, por outro lado, registrou a maior queda (-9,56%). O presidente da empresa, Wilson Ferreira Jr, informou nesta segunda-feira que o edital para a venda das seis distribuidoras deficitárias da estatal sairá até a próxima quarta-feira (11).
As ações da Petrobras (-3,52%), do Banco do Brasil (-3,64%), do Bradesco (-3,79%) e do Itaú Unibanco (-2,22%) também fecharam em baixa. Os papéis da mineradora Vale (+0,49%) registraram alta. Essas empresas têm grande peso sobre o Ibovespa.
Prisão de Lula e tensão comercial
O cenário político continuava sendo fonte de preocupações para os mercados, após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de semana. Apesar da prisão, o processo eleitoral deste ano segue incerto e investidores preferem adotar cautela.
No exterior, a China intensificou seus ataques contra o governo dos Estados Unidos nesta segunda-feira devido a bilhões de dólares em ameaças de tarifas, dizendo que Washington seria o culpado pelos atritos e repetindo que é impossível negociar sob as "circunstâncias atuais".
(Com Reuters)
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