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Dólar tem maior queda semanal em 3 meses, a R$ 3,715; Bolsa bate recorde

Do UOL, em São Paulo

04/01/2019 17h17Atualizada em 04/01/2019 18h43

dólar comercial fechou esta sexta-feira (4) em queda de 1,04%, a R$ 3,715 na venda, no quinto recuo seguido. É o menor valor de fechamento desde 1º de novembro (R$ 3,694). Com isso, na primeira semana de Jair Bolsonaro na Presidência da República, a moeda acumula desvalorização de 4,15%, emendando a terceira semana de queda. É a maior baixa semanal desde 5 de outubro (-4,46%).

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, subiu pelo quinto dia seguido e voltou a bater recorde. A Bolsa fechou com alta de 0,3%, a 91.840,79 pontos, no maior nível de fechamento em sua história. Assim, o índice encerra a semana com valorização acumulada de 4,5%, o maior ganho semanal desde 21 de setembro (5,32%).

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.

Cielo e Vale disparam

Entre as maiores altas do dia, as ações da Cielo dispararam 7,98%, com investidores otimistas em relação às liquidações de início de ano no comércio, o que pode aumentar a receita da empresa. Os papéis da Vale saltaram 6,51%, após o minério de ferro atingir o maior valor em mais de dois meses na China.

A Petrobras (+1,14%) também fechou em alta, enquanto o o Banco do Brasil terminou o dia estável.

Embraer despenca

No sentido oposto, as ações da Embraer despencaram 5,02%, na maior baixa do dia, após comentários do presidente Jair Bolsonaro levantarem dúvidas sobre a venda da fabricante brasileira de aeronaves para a norte-americana Boeing.

Os papéis do Itaú Unibanco (-1,68%) e do Bradesco (-0,78%) também registraram quedas.

Juros nos EUA

O dólar, que chegou a operar em alta, e a Bolsa, que caía pela manhã, mudaram de sentido no início da tarde após o presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, afirmar que o banco central norte-americano será sensível aos riscos de baixa que o mercado está precificando.

A declaração de Powell foi recebida de forma positiva por investidores, que especulavam sobre a possibilidade de o Fed desacelerar o ritmo de aumentos nos juros. Taxas maiores nos EUA podem atrair para lá recursos aplicados em outras economias, como a brasileira.

Guerra comercial

O mercado também estava otimista com notícias sobre uma nova rodada de negociações entre China e Estados Unidos no começo da próxima semana.

Além disso, a China cortou o compulsório dos bancos para ajudar a amparar a economia, que sente os efeitos da guerra comercial com os Estados Unidos. O compulsório é a proporção de reservas que os bancos precisam manter. Com o corte, o objetivo é que os bancos emprestem mais e injetem recursos no mercado.

Reforma da Previdência

No Brasil, investidores repercutiam entrevista do presidente Jair Bolsonaro na véspera, na qual ele sinalizou que fará uma reforma da Previdência mais branda que o esperado. Segundo o presidente, o governo avalia uma idade mínima de aposentadoria de 62 anos para homens e 57 para mulheres.

Atuação do BC

O BC vendeu nesta sessão 13,4 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 2,01 bilhões do total de US$ 13,398 bilhões que vence em fevereiro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

(Com Reuters)