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Bolsa cai 3,7%, na maior perda diária em 8 meses; dólar sobe, a R$ 3,707

Do UOL, em São Paulo

06/02/2019 17h13Atualizada em 06/02/2019 18h57

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda de 3,74% nesta quarta-feira (6), a 94.635,57 pontos. É a segunda baixa seguida e a maior desvalorização percentual diária em mais de oito meses, desde 28 de maio de 2018, quando o índice caiu 4,49% em meio aos temores com a greve dos caminhoneiros. Também é o menor nível de fechamento desde 16 de janeiro (94.393,07 pontos).

O dólar comercial fechou em alta de 1,09%, cotado a R$ 3,707 na venda. É a maior valorização diária em duas semanas, desde 22 de janeiro, quando a moeda norte-americana subiu 1,25%.

Na véspera, a Bolsa fechou em baixa de 0,28%, a 98.311,20 pontos, e o dólar terminou o dia com queda de 0,17%, a R$ 3,666.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, se refere ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.

Os mercados foram afetados por preocupações com um possível atraso na tramitação da reforma da Previdência no Congresso e por receios de uma nova paralisação do governo norte-americano (leia mais abaixo nesta matéria).

Só uma entre 65 ações fecha em alta

Das 65 ações listadas no Ibovespa, apenas uma fechou em alta: a Suzano Papel e Celulose (+1,18%).

Entre as maiores quedas do dia, os papéis da Cielo perderam 7,42%, e os da JBS, dona da Friboi, caíram 6,34%.

As ações do Banco do Brasil (-6,09%) da Vale (-4,88%), do Bradesco (-4,71%), do Itaú Unibanco (-4,21%) e da Petrobras (-2,15%) também tiveram fortes desvalorizações. Essas empresas têm grande peso sobre o Ibovespa.

Reforma da Previdência

Investidores adotavam cautela em relação ao andamento da reforma da Previdência, especulando sobre a possibilidade de atrasos na tramitação e na aprovação do texto.

De acordo com operadores do mercado, posicionamentos contundentes de parlamentares aliados ao presidente Jair Bolsonaro, mirando partidos da oposição, contribuem para o desgaste e a elevação das tensões dentro do Congresso, o que pode dificultar o alcance os votos necessários para aprovar uma reforma.

O mercado reagiu positivamente, na terça-feira, às declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o governo busca uma proposta que pode economizar pelo menos R$ 1 trilhão em dez anos. Mas, segundo Guedes, a palavra final sobre a proposta partirá de Bolsonaro, que ainda se recupera de cirurgia em São Paulo.

"Sem uma evolução efetiva [do presidente Jair Bolsonaro], as coisas não vão andar. Isso também pode estar atrasando um pouco, e o mercado está tendo de segurar as pontas", afirmou o operador de câmbio da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado, à agência de notícias Reuters. 

Cenário externo

No cenário externo, o foco esteve no discurso de Estado da União feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na véspera. Trump pediu que democratas e republicanos encontrem um acordo até 15 de fevereiro para a construção do muro na fronteira com o México, o que levantou temor sobre uma nova paralisação do governo. 

Atuação do BC

O Banco Central brasileiro vendeu nesta sessão 10,33 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 2,065 bilhões do total de US$ 9,811 bilhões que vencem em março.

Após o fechamento dos mercados, o BC deve anunciar sua decisão sobre a taxa básica de juros (Selic). Será a primeira decisão do BC sob o governo do presidente Jair Bolsonaro.

(Com Reuters) 

Entenda como funciona o câmbio do dólar

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