IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Dólar atinge R$ 4,102, maior valor em 8 meses, e Bolsa tomba 4,5% na semana

Do UOL, em São Paulo

17/05/2019 17h09Atualizada em 17/05/2019 17h41

O dólar comercial fechou o dia em alta de 1,62%, a R$ 4,102 na venda. É o maior valor em oito meses, desde 19 de setembro, quando a moeda oscilava em meio às eleições presidenciais do ano passado. Na semana, o dólar acumulou alta de 4%. Ontem, o dólar fechou acima de R$ 4 pela primeira vez desde 1º de outubro do ano passado.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, chegou a operar em alta em boa parte do dia, mas fechou com leve queda de 0,04%, a 89.992,73 pontos. É o menor nível registrado pela Bolsa neste ano. A última vez em que o índice fechou abaixo dos 90 mil pontos foi na última sessão de 2018, em 28 de dezembro (87.887,26). Na semana, o Ibovespa acumulou perda de 4,52%.

O valor da dólar divulgada diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.

Petrobras cai, e Vale sobe

Fecharam em queda as ações da Petrobras (-2,33%) e do Banco do Brasil (-1,73%).

Por outro lado, as ações da mineradora Vale subiram 2,84%. Os bancos Itaú Unibanco (0,19%) e Bradesco (0,76%) também tiveram um dia positivo.

Essas empresas têm grande peso no Ibovespa.

Incertezas e economia fraca

A semana foi de más notícias e incertezas para a economia do país. Dados apontam desaquecimento da economia brasileira. E o governo enfrenta pressões, como as manifestações contra congelamentos na verba da educação e as investigações acerca das contas do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

"A grande questão é a falta de coordenação política, a falta de uma mão forte que possa dar sequência. O governo Bolsonaro mostra que não existe nenhuma habilidade não só do presidente como também de seus ministros", afirmou à agência de notícias Reuters o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Segundo Silva, essa inabilidade do governo coloca em xeque a capacidade de levar adiante reformas que poderiam equilibrar as contas públicas, como a da Previdência e a tributária.

Dólar deve ficar acima de R$ 4

Analistas já avaliam que o dólar pode demorar a baixar. Para analistas, a alta do dólar sobre o real já suscita debate mais acirrado sobre os riscos de intervenção do Banco Central no mercado de câmbio. O Citi diz que o BC deve atuar com o dólar oscilando entre R$ 4,10 e R$ 4,20.

Guerra comercial

No exterior, a disputa comercial entre Estados Unidos e China continua influenciando mercados e moedas de países emergentes. Nesta sexta, a China afirmou que os EUA precisam mostrar sinceridade para manter as negociações comerciais, reagindo às sanções à gigante chinesa Huawei anunciadas pelo governo norte-americano.

Atuação do BC

O Banco Central vendeu nesta sessão todos os 5.050 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento julho. Em 12 operações, o BC rolou US$ 3,030 bilhões, de um total de US$ 10,089 bilhões a expirar em julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de US$ 68,863 bilhões.

(Com Reuters)

Entenda como funciona o câmbio do dólar

UOL Notícias