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Dólar sobe a R$ 3,885, e Bolsa cai após revelações sobre a Lava Jato

Do UOL, em São Paulo

10/06/2019 17h17Atualizada em 10/06/2019 17h31

O dólar comercial fechou o dia em alta de 0,18%, cotado a R$ 3,885 na venda, após duas quedas seguidas.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda de 0,36%, a 97.466,69 pontos, interrompendo uma sequência de dois avanços.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.

Revelações sobre a Lava Jato

O dia foi marcado pelas incertezas levantadas após reportagens do site "The Intercept Brasil" revelarem que o então juiz federal e hoje ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro colaborou com o coordenador da operação Lava Jato no Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol.

Analistas iniciaram a semana atuando com cautela, diante de dúvidas sobre como as revelações podem afetar os mercados e o avanço da agenda econômica dentro do governo.

"Internamente, o que está pesando não é nem essa incerteza política sobre a reforma da Previdência e a votação orçamentária. É a questão dos desdobramentos, que não sabemos quais serão, em relação à conversa do Moro", afirmou a economista da CM Capital Markets, Camila Abdelmalack, à agência de notícias Reuters.

A equipe da XP Investimentos não descarta que o caso tenha repercussões adicionais, bem como coloca em xeque o ministro mais popular do governo do presidente Jair Bolsonaro. Para a equipe da Coinvalores, é mais uma crise para o governo contornar em pleno avanço da reforma.

Previdência em compasso de espera

Principal foco das atenções dos investidores, a reforma da Previdência tramita atualmente em comissão especial da Câmara dos Deputados. A comissão tem a função de debater o projeto apresentado pelo governo, fazer eventuais alterações e aprovar ou rejeitar o texto.

Inicialmente prevista para hoje, a apresentação do parecer sobre a reforma pelo relator da comissão, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), foi adiada para quinta-feira. O adiamento ampliou a apreensão entre os investidores e deixou as operações financeiras do dia em compasso de espera.

Otimismo no exterior

As incertezas políticas dentro do país enfraqueceram, no Brasil, o impacto do otimismo que marcou os principais mercados no exterior hoje.

Os mercados operavam positivamente após Estados Unidos e México apontarem para um acordo, na semana passada, para evitar uma guerra tarifária.

Uma semana antes, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que pretendia impor tarifas de importação sobre produtos mexicanos, caso o país vizinho não trabalhasse para combater a imigração ilegal.

Já com relação à disputa entre EUA e China, há expectativa de que ocorra algum avanço mais concreto entre os dois países na reunião de líderes mundiais do G20, no final do mês, quando os presidentes dos dois países devem se encontrar e tentar avançar em negociações.

Atuação do BC

O BC vendeu todos os 5.050 contratos de swap cambial tradicional ofertados em rolagem do vencimento julho.

Em 28 operações, o BC já rolou US$ 7,070 bilhões, de um total de US$ 10,089 bilhões a expirar em julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de US$ 68,863 bilhões.

(Com Reuters)

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