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Após tombo, Bolsa fecha em alta de 4,85%; dólar cai, mas fica acima de R$ 5

Do UOL, em São Paulo

17/03/2020 17h01Atualizada em 17/03/2020 17h41

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 4,85%, aos 74.617,24 pontos, após cair 14% na véspera.

O dólar comercial fechou em queda de 0,88%, vendido a R$ 5,002. Ontem, o dólar saltou 4,86%, a R$ 5,0467 na venda, o que foi uma nova máxima recorde nominal (sem considerar a inflação) para um encerramento.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

BC intervém

Para tentar conter a alta do dólar, o Banco Central ofereceu US$ 2 bilhões por meio de leilões de linhas —venda com compromisso de recompra.

Uma medida semelhante havia sido realizada na sexta-feira, a primeira vez que o BC fez oferta líquida de moeda nessa modalidade desde 18 de dezembro do ano passado. Os leilões de linha costumam ser realizados em momentos de procura pontual por liquidez.

Expectativa de corte de juros no Brasil

Investidores aguardam uma possível redução na taxa básica de juros (Selic), que hoje está em 4,25% ao ano. O Copom (Comitê de Política Monetária), responsável pela decisão, tem reunião marcada para esta terça e quarta-feira.

Contudo, especula-se que o corte possa ser anunciado ainda hoje, como mais uma medida para tentar estimular os mercados diante da pandemia de Covid-19. A iniciativa acompanharia a decisão dos bancos centrais das principais economias. O Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), por exemplo, cortou no domingo os juros em um ponto percentual, para perto de zero, em uma decisão emergencial.

Analistas do mercado esperam a Selic em 4% e reduziram a estimativa de crescimento em 2020 em 0,31 ponto percentual, a 1,68%.

Novas medidas emergenciais do governo

O mercado acompanha com a atenção os anúncios do governo federal para conter a crise econômica causada pela pandemia.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou na noite de ontem (16) mais medidas, como a antecipação do abono salarial e da segunda parcela do 13º salário do INSS e a ampliação de beneficiários do Bolsa Família. Ao todo, segundo o ministro, serão quase R$ 150 bilhões injetados em três meses, com dois focos principais: proteção de idosos e pessoas mais vulneráveis e benefícios para empresas para tentar manter o nível de emprego.

Recorde do dólar não considera inflação

O recorde do dólar alcançado no fechamento de ontem (16) considera o valor nominal, ou seja, sem descontar os efeitos da inflação, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Levando em conta a inflação nos EUA e no Brasil, o pico do dólar pós-Plano Real aconteceu no fim do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 22 de outubro de 2002. O valor nominal na época foi de R$ 3,952, mas o valor atualizado ultrapassaria os R$ 7.

Fazer esta correção é importante porque, ao longo do tempo, a inflação altera o poder de compra das moedas. O que se podia comprar com US$ 1 ou R$ 1 em 2002 não é o mesmo que se pode comprar hoje com os mesmos valores.

* Com Reuters

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