Dólar sobe 1,29%, a R$ 5,261, e bate novo recorde nominal; Bolsa cai 2,81%
O dólar comercial fechou em alta de 1,29%, a R$ 5,261 na venda. É o maior valor nominal (sem considerar a inflação) de fechamento desde a criação do Plano Real. No ano, a moeda americana tem valorização de 31,11%.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, caiu 2,81%, a 70.966,70 pontos. Foi a segunda queda seguida da Bolsa, que acumula recuo de 38,63% no ano.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Pandemia de coronavírus
Mais uma vez, os mercados voltavam as atenções para os efeitos econômicos da atual crise de saúde. Dados pessimistas e sinais de aprofundamento na disseminação do coronavírus aumentam a expectativa de uma recessão global.
A atividade industrial da zona do euro entrou em colapso no mês passado, enquanto a criação de postos de trabalho no setor privado dos EUA recuou em março pela primeira vez desde 2017.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou os norte-americanos dizendo que as próximas duas semanas serão muito difíceis na luta contra o coronavírus. As autoridades de saúde da Casa Branca preveem um enorme salto nas mortes relacionadas à doença, mesmo com medidas rigorosas de distanciamento social.
Com o pessimismo, investidores buscam ativos mais seguros, como o dólar, o que leva à valorização da moeda.
Dentro desse cenário, o banco Morgan Stanley divulgou que clientes enxergam a moeda a R$ 5 ao final de 2020, patamar mais baixo em relação aos níveis entre R$ 5,10 e R$ 5,25 registrados nas últimas sessões. "No geral, investidores esperam que o real se fortaleça moderadamente até o final de 2020, a menos que o impacto da covid-19 sobre a economia brasileira dure mais do que nove meses", disseram analistas do banco em relatório.
Atuação do BC
No Brasil, o Banco Central, a partir desta quarta-feira, deu início à rolagem de contratos de swap cambial com vencimento em 4 de maio de 2020, totalizando US$ 4,9 bilhões. O BC vendeu todos os 10 mil contratos ofertados nesta sessão.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, previu ontem que a economia brasileira deve começar a melhorar no último trimestre do ano. O BC projeta variação zero para o PIB neste ano, mas Campos Neto avisou que haverá revisão da estimativa. Alguns analistas já veem o PIB em queda de 3%
Recorde do dólar não considera inflação
O recorde do dólar alcançado hoje considera o valor nominal, ou seja, sem descontar os efeitos da inflação, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Levando em conta a inflação nos EUA e no Brasil, o pico do dólar pós-Plano Real aconteceu no fim do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 22 de outubro de 2002. O valor nominal na época foi de R$ 3,952, mas o valor atualizado ultrapassaria os R$ 7.
Fazer esta correção é importante porque, ao longo do tempo, a inflação altera o poder de compra das moedas. O que se podia comprar com US$ 1 ou R$ 1 em 2002 não é o mesmo que se pode comprar hoje com os mesmos valores.
* Com Reuters
Veja mais economia de um jeito fácil de entender: @uoleconomia no Instagram.
Ouça os podcasts Mídia e Marketing, sobre propaganda e criação, e UOL Líderes, com CEOs de empresas.
Mais podcasts do UOL em uol.com.br/podcasts, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.