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Dólar tem 6ª semana de queda e vai a R$ 5,229; Bolsa volta a 122 mil pontos

Desde segunda (3), o dólar acumulou queda de 3,74%, encerrando a semana cotado a R$ 5,229 na venda - Kevin David/A7 Press/Estadão Conteúdo
Desde segunda (3), o dólar acumulou queda de 3,74%, encerrando a semana cotado a R$ 5,229 na venda Imagem: Kevin David/A7 Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

07/05/2021 17h22Atualizada em 10/05/2021 17h05

Puxado principalmente pela alta nos juros e os preços das commodities, o dólar chegou hoje a sua sexta semana consecutiva de perdas frente ao real. Desde segunda (3), a moeda americana acumulou queda de 3,74%, encerrando a semana cotado a R$ 5,229 na venda — o menor valor desde 14 de janeiro (R$ 5,210).

A baixa de 0,93% registrada hoje é também a terceira consecutiva, e a sétima das últimas dez sessões. No ano, porém, o balanço ainda é positivo para o dólar, que valorizou 0,77% desde o início de 2021.

Já o Ibovespa subiu 2,64% na semana, recuperando o patamar dos 122 mil pontos depois de quase quatro meses. A maior alta da semana foi registrada justamente hoje: 1,77%, aos 122.038,11 pontos.

As ações do Grupo CCR (CCRO3) e da Iguatemi (IGTA3) foram os destaques da sexta-feira, tendo registrado alta de 9,75% e 5,99%, respectivamente. Na outra ponta, em contrapartida, ficaram Locaweb (LWSA3) e Usiminas (USIM5), com queda de 2,63% e 1,82%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

EUA frustram expectativas...

Contribuiu para a desvalorização do dólar a divulgação de um importante relatório sobre empregos nos Estados Unidos, que decepcionou fortemente as expectativas dos mercados. O país criou apenas 266 mil vagas de trabalho em abril, ante uma projeção inicial de 978 mil novos empregos.

"Quase todas as principais moedas viraram para alta contra o dólar após a divulgação dos dados, e as que já estavam subindo acentuaram muito o movimento", disse à Reuters Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

Ele também explicou que o sinal passado pelos dados do emprego é de que a recuperação do mercado de trabalho dos EUA está longe de ser completa, o que abafa os ruídos em torno de um possível aperto monetário pelo Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano).

"Se o mercado de trabalho já estivesse superaquecendo, a perspectiva de elevação de juros seria mais alta e isso pressionaria uma saída de recursos de países emergentes para os EUA", comentou. "Com o payroll bem abaixo do esperado, isso dá conforto para outras moedas ao redor do mundo."

... E Copom ajuda

Selic - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Entre os destaques da semana, também esteve a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de elevar os juros básicos da economia brasileira (Selic) em 0,75 ponto percentual, a 3,50% ao ano, indicando também a intenção de fazer novo aperto da mesma magnitude em sua próxima reunião, em junho.

Um cenário de juros mais altos no Brasil tende a apoiar o real, segundo especialistas, uma vez que torna rendimentos locais mais atraentes, podendo elevar a entrada de fluxos estrangeiros no país.

Paralelamente, investidores monitoravam a agenda de privatizações, pauta considerada pelos mercados como de extrema relevância para a credibilidade do país.

O governo brasileiro espera concluir o processo de privatização da Eletrobras até janeiro de 2022, em meio à expectativa de que a MP (Medida Provisória) que abre espaço para a operação possa ser votada na Câmara dos Deputados na semana do dia 17 de maio, segundo disse ontem o secretário da Desestatização, Diogo Mac Cord.

"Entramos na reta final da tramitação da MP e as duas Casas Legislativas parecem estar alinhadas quanto a prazos e o próprio projeto", comentaram analistas da Levante Investimentos, embora tenham ressaltado que "um impeditivo importante pode ser a CPI da Covid, que tem sido o tema central na Casa e atrapalha os planos do governo."

(Com Reuters)