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Dólar tem 1ª alta semanal desde março e fecha a R$ 5,271; Bolsa cai 0,13%

Mês ainda é mais positivo para o real, já que o dólar acumula queda de 2,96% desde o primeiro pregão de maio - Getty Images/iStock
Mês ainda é mais positivo para o real, já que o dólar acumula queda de 2,96% desde o primeiro pregão de maio Imagem: Getty Images/iStock

Do UOL, em São Paulo

14/05/2021 17h21Atualizada em 14/05/2021 17h55

Após acumular queda por seis semanas consecutivas, o dólar voltou a registrar valorização frente ao real. Mesmo com a baixa de 0,80% na sessão de hoje, a moeda americana terminou a sexta-feira com alta semanal de 0,81% — a primeira desde março —, cotada a R$ 5,271 na venda.

O mês ainda é mais positivo para o real, já que o dólar acumula queda de 2,96% desde o primeiro pregão de maio, no dia 3. Em 2021, porém, a moeda americana registra alta de 1,59% frente à brasileira.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou o dia em alta de 0,97%, aos 121.880,82 pontos. O resultado positivo não foi suficiente para compensar as perdas da semana, que terminou em queda acumulada de 0,13% para o indicador.

As ações da Qualicorp (QUAL3) foram as mais valorizadas do dia, com alta de 7,21%, enquanto os papéis da IRB Brasil (IRBR3) foram as que mais perderam, com queda de 5,08%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

O desempenho de hoje para a moeda americana é uma reação à posição do Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano) que minimizou as expectativas de uma política monetária mais dura. O temor surgiu após a divulgação dos dados da inflação de abril nos Estados Unidos, que vieram muito acima do esperado.

Mas esse aumento nos preços, segundo o Fed, devem ser temporários — o que tranquilizou os mercados.

Alexandre Netto, chefe de câmbio da Acqua-Vero, disse à Reuters que os investidores estão monitorando um cenário cheio de sinais mistos, com dados de emprego da semana passada mais fracos do que o esperado e uma leitura estável das vendas no varejo, divulgada hoje, compensando os sinais de aceleração da inflação nos EUA.

"São sinais mistos que tendem a trazer volatilidade", explicou.

Enquanto isso, no Brasil, segue no radar o ciclo de aperto monetário iniciado pelo Banco Central em 2021. Na última reunião, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu por uma segunda alta consecutiva de 0,75 ponto percentual nos juros básicos da economia (Selic), para 3,5% ao ano, e sinalizou a intenção de fazer um terceiro aperto da mesma magnitude em junho.

"Os investidores vão acompanhar as sinalizações do Banco Central para ver a tendência para as próximas reuniões, ao mesmo tempo em que acompanham o clima político" doméstico, acrescentou Netto.

A CPI da Covid tem sido grande fonte de ruídos em Brasília. Ontem, o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, relatou ao Senado a falta de resposta do governo federal a ofertas da empresa para fornecer vacinas contra a covid-19.

Mas a agenda de reformas do governo também interessa ao mercado. "A expectativa pelo detalhamento da reforma tributária na semana que vem e a percepção de que a economia brasileira mostrou certa resiliência nos primeiros meses de 2021, apesar do momento ruim da pandemia, podem ajudar no humor", disse em morning call Ricardo França, analista da Ágora Investimentos.

(Com Reuters)