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Dólar sobe, fecha a R$ 5,240 e tem maior valor desde maio; Bolsa sobe

Dólar tem sétima alta seguida e Ibovespa também subiu - Cris Faga/NurPhoto via Getty Images
Dólar tem sétima alta seguida e Ibovespa também subiu Imagem: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

Do UOL, em São Paulo

07/07/2021 17h34Atualizada em 07/07/2021 17h54

O dólar comercial registrou alta e encerrou com uma valorização de 0,60%, cotado a R$ 5,240 na venda. A elevação de hoje foi a sétima consecutiva e também estabeleceu o maior valor de fechamento desde 27 de maio, quando estava cotado a R$ 5,255.

Ontem, a moeda havia registrado uma valorização de 2,39%, cotado a R$ 5,209 na venda. A alta havia sido a maior em um dia desde 18 de setembro de 2020, quando o dólar subiu R$ 2,79%.

O Ibovespa também fechou em alta de 1,54%, aos 127.018,71 pontos, voltando ao patamar de 127 mil pontos após três sessões. Um dos fatores que contribuiu foi a divulgação da ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA), amenizando receios sobre uma antecipação no processo de redução de estímulos monetários nos Estados Unidos.

O principal índice da Bolsa de Valores Brasileira (B3) se recuperou hoje da queda de 1,44% registrada ontem, aos 125.094,88 pontos.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Dólar 'já era para ter afundado' no Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o dólar "já era para ter afundado no Brasil", levando em consideração o volume de exportações do país nos últimos meses.

Guedes reconheceu, no entanto, que a cotação do dólar sofre influência da crise política.

Com esta confusão que estamos fazendo aqui. Mas não critico. Democracia é barulhenta mesmo
Paulo Guedes, ministro da Economia

Guedes diz que alta do dólar ajuda 'famílias humildes'

Paulo Guedes disse hoje também que a alta do dólar está favorecendo a população mais pobre em várias partes do Brasil, em função do turismo interno.

Na perspectiva do ministro, as famílias mais ricas, em vez de viajar para fora do país, "estão viajando para dentro".

Hoje, com dólar a R$ 5, as famílias humildes do Brasil inteiro estão se beneficiando
Paulo Guedes, ministro da Economia

Guedes também se defendeu de acusações sobre ter criticado a chance de empregadas domésticas viajarem para a Disney em um cenário no qual o dólar estaria mais baixo.

Os comentários feitos pelo ministro em outras ocasiões sobre a entrada de filhos de porteiros em universidades foram rebatidos pelo chefe da Economia. "Eu estava criticando uma faculdade caça-níquéis", alegou.

Incertezas no cenário doméstico

Com a incerteza que se instalou recentemente no cenário doméstico — em meio a tensões políticas cada vez maiores e uma proposta de taxação de dividendos mal recebida pelos investidores — "vários hedge funds começaram a desmontar posições vendidas e até montar posições compradas" em dólar, explicou à Reuters Marcos Weigt, head de tesouraria do Travelex Bank.

"Temos um mercado que está muito suscetível a movimentos direcionados por fatores de curto prazo", explicou, apontando para grande volatilidade.

Mesmo assim, pensando num cenário de médio prazo, a tendência é de entrada de recursos no Brasil, o que poderia ajudar o real, afirmou Weigt.

Com a perspectiva de aperto monetário agressivo pelo Banco Central e os preços das commodities ainda em patamares altos, apesar de perdas recentes, o real deve ficar mais atrativo para investidores estrangeiros. "Os termos de troca continuam favoráveis", avaliou Weigt.

Fed projeta alta para inflação

Os economistas que atuam no Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano), revisaram para cima as projeções para a inflação no curto prazo, mas ainda esperam que o aumento em 2021 seja decorrente de fatores transitórios.

As informações estão presentes na ata da reunião mais recente de política monetária da entidade, que ocorreu entre os dias 15 e 16 de junho, mas foi divulgada hoje.

"O crescimento real do PIB foi projetado para aumentar substancialmente este ano, com um declínio igualmente rápido na taxa de desemprego", informa a ata.

A equipe do Fed continua vendo elevada incerteza na perspectiva econômica, mesmo com o aumento da vacinação e apoio por parte das políticas.

Entretanto, espera-se que a atividade econômica no exterior seja retomada no segundo trimestre, com o relaxamento das restrições de distanciamento social no Reino Unido e com a zona do euro dando continuidade à vacinação em massa.

* Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo