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Bolsa fecha em alta de 1,59%, a 3ª seguida; dólar também sobe, a R$ 5,31

Mesmo com o resultado de hoje, o Ibovespa ainda acumula queda de 3,97% em setembro - Suamy Beydoun/AGIF/Estadão Conteúdo
Mesmo com o resultado de hoje, o Ibovespa ainda acumula queda de 3,97% em setembro Imagem: Suamy Beydoun/AGIF/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

23/09/2021 17h21Atualizada em 23/09/2021 17h28

Com um exterior mais favorável, o Ibovespa chegou hoje a sua terceira alta consecutiva, esta de 1,59%, e terminou o dia aos 114.064,36 pontos. Fazia dois meses que o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) não emendava uma sequência positiva como a atual — a última vez foi em julho, entre os dias 20 e 22 (+0,81%, +0,42% e +0,17%).

Destaque para as ações da Embraer, que operavam em alta de mais de 12% por volta das 17h20. A disparada foi puxada pelo anúncio de que a Eve Urban Air Mobility — braço de mobilidade urbana da Embraer — recebeu uma encomenda de 100 "carros voadores" da operadora global de helicópteros Bristow, com entrega para 2026.

O dólar também encerrou a quinta-feira (23) em alta — 0,10% —, cotado a R$ 5,310 na venda, chegando a sua segunda sessão consecutiva de ganhos. Na véspera, a moeda americana subiu 0,34%.

Mesmo com o resultado de hoje, o Ibovespa ainda acumula queda de 3,97% em setembro e de 4,16% em 2021. O dólar, em contrapartida, segue com balanço positivo em ambos os períodos, com valorização de 2,66% no mês e de 2,33% no ano.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Mercado digere Selic

Investidores repercutiram hoje a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de elevar os juros básicos da economia (Selic) em 1 ponto percentual, de 5,25% para 6,25% ao ano — maior patamar desde julho de 2019 (6,5%).

Na avaliação do banco suíço UBS, o aumento não trouxe grandes surpresas, mas uma possível deterioração das expectativas para a inflação — que se aproxima de 10% no acumulado dos últimos 12 meses — poderia levar os mercados a precificarem novos reajustes nos juros pelo BC no início de 2022.

O real deve se beneficiar (...) contra a maioria de seus pares emergentes, e os riscos são de que os mercados precifiquem um BC mais 'hawkish' [com juros mais altos e, assim, inflação mais controlada] daqui em diante.
Trecho de relatório do UBS divulgado ontem (22)

Os juros são usados pelo BC como uma ferramenta para tentar controlar a inflação ou estimular a economia. De modo geral, quando a inflação está alta, o Copom sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a cair. Quando está baixa, aí decide reduzir a Selic para estimular o consumo.

A meta de 2021 é de que a inflação seja de 3,75%, mas há uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo — ou seja: pode variar entre 2,25% e 5,25%. No ano passado, a inflação fechou em 4,52%, a maior desde 2016 (6,29%) e acima do centro da meta do governo para 2020 (4%).

(Com Reuters)