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Bolsa sobe 2% e quase zera perdas da semana; dólar fecha a R$ 5,516

Dia de pregão na B3, a Bolsa de Valores brasileira; Ibovespa, dólar, mercado financeiro - Amanda Perobelli/Reuters
Dia de pregão na B3, a Bolsa de Valores brasileira; Ibovespa, dólar, mercado financeiro Imagem: Amanda Perobelli/Reuters

Do UOL*, em São Paulo

08/10/2021 17h31Atualizada em 08/10/2021 21h37

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou a sexta-feira em alta de 2,03%, após três dias consecutivos de estabilidade. No melhor momento de hoje, superou os 114 mil pontos, mas teve leve queda ao fim do dia, e terminou na casa dos 112 mil.

Com números do mercado de trabalho norte-americano e o comportamento da inflação no Brasil sob os holofotes, a escalada de hoje foi o suficiente para quase zerar as perdas da semana. Até ontem, o índice havia caído -2,05% nos últimos sete dias; com a atualização, a variação ficou em -0,06%.

Já o dólar comercial se manteve estável, com leve queda de -0,02%, cotado a R$ 5,516 na venda. Ontem, a moeda americana chegou ao maior valor desde abril deste ano. Na semana, acumulou alta de 2,74%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Inflação

Com o desempenho de hoje até o momento, o Ibovespa ronda a estabilidade no acumulado da semana, após contabilizar uma queda de cerca de 2% até a véspera.

No Brasil, o IPCA acelerou com força em setembro, com alta de 1,16%, e superou 10% em 12 meses pela primeira vez em cinco anos e meio, mas ficou um pouco abaixo das estimativas no mercado, o que abria espaço para algum alívio na curva futura de juros, beneficiando certas ações na bolsa paulista.

Na visão do chefe de pesquisa econômica para a América Latina no Goldman Sachs, Alberto Ramos, o IPCA de setembro foi alto, mas ligeiramente abaixo do esperado, com surpresas favoráveis em alimentos e bebidas e serviços básicos, enquanto a inflação entre bens industriais e duráveis manteve-se elevada.

Ele destacou em comentários a clientes que pressões significativas de custos e insumos, aumento da inflação de serviços, riscos políticos e fiscais persistente, forças inerciais, entre outros fatores, estão contaminando as perspectivas para a inflação do próximo ano.

"Em um cenário de intensas pressões inflacionárias, é baixa a probabilidade de o Banco Central conseguir levar a inflação para a meta de 3,50% em 2022", estimou.

Postos de trabalho nos EUA

Nos Estados Unidos, o Departamento do Trabalho divulgou que foram criados 194 mil postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, bem abaixo do esperado, mas revisou os dados de agosto para cima, enquanto a taxa de desemprego recuou para 4,8%.

O estrategista-chefe do banco digital Modalmais, Felipe Sichel, destacou que a criação de vagas foi fraca na margem, mas contemporizada pelo desemprego, revisão da leitura anterior, trabalhadores impedidos de trabalhar por motivos climáticos, o avanço nas horas médias trabalhadas, entre outros fatores.

"Assim, o cenário para o Fed (banco central dos EUA) torna-se mais desafiador dado que este foi o último 'payroll' antes da próxima reunião", afirmou em comentário a clientes, referindo-se ao encontro de política monetária do Federal Reserve agendado para 2 e 3 de novembro.

Em Wall Street, o S&P 500 rondava a estabilidade.

*Com Reuters