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Dólar sobe a R$ 5,68, maior valor em quase 8 meses; Bolsa também sobe

Em 2021, o dólar já subiu 9,46% em relação ao real; Ibovespa, em contrapartida, despencou 11,72% - Suamy Beydoun/AGIF/Estadão Conteúdo
Em 2021, o dólar já subiu 9,46% em relação ao real; Ibovespa, em contrapartida, despencou 11,72% Imagem: Suamy Beydoun/AGIF/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

03/12/2021 17h21Atualizada em 03/12/2021 18h35

Depois de registrar leve queda na véspera, o dólar comercial terminou a sexta-feira (3) em alta de 0,35%, vendido a R$ 5,68. É o maior valor em quase oito meses, desde 13 de abril, quando atingiu R$ 5,718. Com o resultado de hoje, a moeda norte-americana fecha a semana com valorização acumulada de 1,5%.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), também teve um dia positivo, encerrando a sessão em alta de 0,58%, aos 105.069,69 pontos, depois de disparar mais de 3% ontem. É a maior pontuação em três semanas, desde 12 de novembro (106.334,54 pontos). Com o resultado, a Bolsa somou ganho semanal de 2,78% na semana, na melhor semana em seis meses, desde 4 de junho (3,64%).

Desde o início do ano, o dólar já subiu 9,46% em relação à moeda brasileira. O Ibovespa, em contrapartida, despencou 11,72%, apesar de ter alcançado seu patamar recorde em 7 de junho (130.776,27 pontos).

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

EUA impulsionam dólar

O desempenho do dólar hoje foi puxado pela divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos em outubro. Segundo o Departamento de Trabalho, foram criadas 210 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês passado — resultado bem abaixo da projeção de 550 mil novos empregos presente em pesquisa da Reuters com economistas.

Embora os números decepcionantes tenham pressionado a moeda americana pela manhã, não foram suficientes para minar as expectativas do mercado de que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) elevará os juros — hoje próximos a zero — mais cedo do que esperado.

Juros mais altos nos EUA também tornam investimentos em dólar mais atrativos, o que tende a beneficiar a moeda americana no mundo todo.

Foi uma "criação de vagas bem menor do que o esperado", mas o relatório geral "não foi tão ruim assim", disse à Reuters Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. Ele chamou atenção para a baixa taxa de desemprego entre vários grupos sociais nos EUA, enquanto os ganhos médios salariais continuaram subindo.

Entendo que o 'payroll' de hoje corrobora o plano de antecipar o [fim do] 'tapering' [processo de redução de estímulos à economia] e começar a discutir alta de juros no segundo semestre do ano que vem ou até antes.
Gustavo Cruz, da RB Investimentos

(Com Reuters)