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Ações das Americanas derretem após anúncio de recuperação judicial

Ueslei Marcelino/Reuters
Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Do UOL*, em São Paulo

19/01/2023 12h06Atualizada em 19/01/2023 14h11

As ações das Americanas (AMER3) estão em queda de 24,14% às 14h, cotada a R$ 1,48, agora que a empresa pediu recuperação judicial, com dívidas de R$ 43 bilhões.

A companhia afirmou que sua posição de caixa é de R$ 800 milhões, dos quais "parcela significativa" estava "injustificadamente indisponível para movimentação na data de ontem".

Bens bloqueados

Ontem, a Justiça do Rio de Janeiro reverteu decisão que protegia as Americanas de ser cobrada pelo BTG Pactual sobre dívida de R$ 1,2 bilhão com o banco.

O Bradesco também pediu que a justiça só permita que a empresa retire recursos do banco com aval prévio.

Ao anunciar, mais cedo, a possibilidade da recuperação judicial, as Americanas afirmaram que vão recorrer da decisão da véspera "que fere seu esforço na busca por uma solução de curto prazo com os seus credores".

Analistas: situação fica cada vez mais grave

"A situação das Americanas fica cada vez mais complicada", avaliou André Luzbel, chefe de renda variável da SVN Investimentos. Ele acrescentou que o horizonte ainda está bastante nebuloso, uma vez que não se sabe como a varejista irá lidar com os credores, a venda de ativos, entre outros.

Mas ressaltou que a empresa tem vários bons ativos e alguns com certa liquidez.

"Agora, em relação às Americanas, é o famoso 'vender o almoço para comprar a janta', eles precisam sobreviver", afirmou.

De acordo com Luzbel, muitos fundos de investimentos já zeraram suas posições em ações da companhia, assim como em títulos da dívida, movimento que foi acelerado pelo rebaixamento da nota de crédito pelas principais agências de risco.

"O cenário segue se deteriorando rapidamente para as Americanas, que até o momento trouxe pouca ou nenhuma novidade positiva em termos de negociações com os credores", afirmou a equipe da Guide Investimentos em nota a clientes.

*Com informações da Reuters