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Palmeiras quer triplicar franquia em 2014, ano do centenário do time

Larissa Coldibeli

Do UOL, em São Paulo

04/12/2013 06h00

Em 2014, o Palmeiras comemora seu centenário, e a franquia da loja oficial, Academia Store, pretende triplicar de tamanho. A rede, que vai fechar 2013 com 15 lojas, quer chegar a 50 até o final de 2014.

O investimento para abrir uma unidade da Academia Store é a partir de R$ 350 mil, incluindo custos de instalação, taxa de franquia e capital de giro. O faturamento médio mensal é de R$ 160 mil e o lucro médio mensal é a partir de 12%, ou seja, R$ 19.200. O retorno do investimento é previsto a partir de 20 meses.

Os dados foram fornecidos pela Meltex Franchising, empresa responsável pela expansão da rede.

A Academia Store aderiu ao sistema de franquias este ano e a decisão não foi vinculada ao aniversário de 100 anos do time, de acordo com Diogo Barros, gerente de expansão da Meltex Franchising.

“O clube já estudava a possibilidade de franquear lojas havia algum tempo. No primeiro ano, a expansão foi cautelosa, com estudos e análises. No segundo ano, que coincidentemente será o do centenário, é possível pensar num crescimento mais agressivo porque o negócio está mais maduro e já conhecemos seu desempenho”, afirma.

Para 2014, a rede terá produtos comemorativos para celebrar os 100 anos, o que deve aumentar as vendas dos franqueados, segundo Barros.

Loja do Corinthians foi a única que passou pelo centenário

Entre as franquias de lojas de times de futebol, o Corinthians também teve experiência de varejo no ano do centenário, com a rede Poderoso Timão. É a franquia que mais cresce entre as lojas esportivas, segundo levantamento feito pelo Grupo Bittencourt, especializado em franquias.

A marca virou franquia em 2008, mas a expansão começou no ano seguinte. Segundo André Giglio, diretor da SPR Sports, que administra a marca, a rede encerrou 2009 com quase 40 franquias. Em 2010, ano do centenário, a rede contabilizava mais de 100 lojas. Atualmente, são 122 unidades.

“No dia do centenário do Corinthians, 1º de setembro de 2010, inauguramos a centésima loja da rede”, declara.

Ele diz que não é possível dizer se houve aumento no faturamento das lojas, pois elas ainda estavam no primeiro ano de operação, portanto, sem referência anterior.

Outras franquias de lojas oficiais de times de futebol são Santos na Área (Santos), São Paulo Mania (São Paulo), Gigante da Colina (Vasco), Espaço Glorioso (Botafogo), Maior de Minas (Cruzeiro), Inter Shop (Internacional) e Grêmio Mania (Grêmio).

As redes Planeta Vitória (Vitória) e Loja da Macaca (Ponte Preta) estão finalizando o processo de estruturação de franquia.

Vendas dependem do desempenho do time

Para consultores especializados em franquias, apesar de ter um público fiel, negócios deste tipo dependem muito do desempenho do time nos campeonatos, o que pode ser um risco para o negócio.

“Em um momento de baixa no movimento, por exemplo, há pouca estratégia para vender mais e alavancar o negócio”, diz o consultor Marcus Rizzo, da Rizzo Franchise.

Segundo Rizzo, negócios que exigem que o franqueado compre produtos exclusivamente da rede, podem prejudicar o empresário em momentos de crise. 

"O empreendedor pode ficar refém dos preços cobrados pela rede e pode não ter o suporte adequado para ajudar a elevar suas vendas, já que a franqueadora ganha com o que vende para ele e não com o volume que ele arrecada."

Rizzo afirma que as franquias de lojas de times tendem a ser regionais, pois dependem da concentração de torcedores nos locais em que serão instaladas para terem sucesso. A concorrência com lojas esportivas também merece atenção, uma vez que o carro-chefe são as camisetas do time, também vendidas em lojas multimarcas.

Paixão pelo negócio é bom, mas razão deve predominar

Para Lyana Bittencourt, diretora de marketing do Grupo Bittencourt, ainda há muito espaço para as franquias de times de futebol crescerem no Brasil.

“Em comparação com marcas internacionais, como o Real Madrid, vemos que há espaço para as redes crescerem no Brasil tanto em número de operações quanto em quantidade de produtos licenciados.”

Ela diz que, apesar de ser imprescindível que o candidato à franquia se identifique com o negócio, é importante deixar a emoção de lado na hora de avaliar a entrada no negócio.

“A avaliação tem de ser tão criteriosa quanto para qualquer outro negócio. Conversar com franqueados, avaliar cenários otimistas e pessimistas e pensar a médio e longo prazo é fundamental”, declara.

Cuidados ao escolher uma franquia

Tempo de mercadoVerifique há quanto tempo a rede atua no mercado. Se a franquia for nova, veja o número de unidades próprias. É por meio delas que a franqueadora adquire experiência e conhecimento da área que irá transmitir aos franqueados
Pesquisa com franqueadosAs redes são obrigadas a apresentar a COF (Circular de Oferta de Franquia) para os interessados. O documento deve indicar endereço, nome e telefone de franqueados e ex-franqueados. É importante ligar para o maior número possível para saber sobre investimento, faturamento, tempo de retorno e lucro
FaturamentoDesconfie de número fantásticos. O ideal é avaliar mais de uma franquia do setor que deseja ingressar para ver se os números são similares. Segundo a ABF, o lucro varia de 10% a 15% sobre o faturamento
Prazo de retornoA ABF trabalha com o prazo de retorno de 18 a 24 meses para microfranquias, que exigem um investimento mais baixo, e de 36 meses para franquias, que necessitam de investimento maior
Assinatura de contratoO negócio só pode ser fechado após o prazo de 10 dias da entrega da COF. O objetivo é evitar a assinatura por impulso. A COF informa o número de franqueados ativos e inativos (nos últimos 12 meses), com telefone, ações judiciais contra a empresa e estimativa de investimento, faturamento etc.