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Carnaval turbina aluguel de banheiros químicos; veja dicas sobre negócio

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo (SP)

15/01/2014 06h00

A aproximação do Carnaval aquece o mercado de locações de banheiros químicos, e os principais clientes são as prefeituras, segundo empresas do setor.

Na Fla-Con, em Taboão da Serra (30 km a sudoeste de São Paulo), as locações realizadas durante os cinco dias do Carnaval superam as de um mês inteiro, de acordo com o diretor da empresa Flávio Clemente, 72.

Durante a festa popular (de sexta-feira a terça-feira), no ano passado, a Fla-Con realizou cerca de 2.000 locações, enquanto que nos demais meses do ano foram alugados aproximadamente 1.300 banheiros químicos.

Em Salvador (BA), famosa pelo Carnaval de rua, a locação de banheiros químicos dobra no período, segundo o diretor da Star Ambiental Gustavo Oliveira, 37.

No ano passado, durante o mês em que ocorreu a festa popular, a empresa alugou cerca de 1.200 banheiros químicos, enquanto que nos demais meses o número não ultrapassou 600 unidades.

Ambas as empresas esperam aumentar as locações em até 35% este ano durante o Carnaval. “Esse é o melhor período para nosso setor, pois todas as cidades que comemoram o Carnaval precisam de banheiros químicos”, diz Clemente.

Diária pode subir conforme pacote de limpeza

Na Fla-Con, a diária de um banheiro químico custa a partir de R$ 100, segundo a empresa. O valor pode subir, no entanto, dependendo de quantas limpezas por dia o contratante solicitar e da distância em relação à sede do negócio.

Além de banheiros químicos, Clemente afirma que é possível alugar também mictórios, pias, guaritas e um banheiro ecológico que usa energia solar para ligar as luzes da cabine e o exaustor para ventilação do ambiente. Por mês, a empresa fatura R$ 500 mil, de acordo com o empresário. 

“A energia solar também faz funcionar uma bomba, que leva água do reservatório da cabine para a pia e para o vaso sanitário. Nesse banheiro, não são usados produtos químicos.”

Os dejetos ficam em outro compartimento e são recolhidos pela empresa de locação, já que a cabine não tem ligação com o sistema de água e esgoto. As empresas são responsáveis pelo descarte correto dos dejetos.

Empresa fica sem estoque no período

Oliveira, da Star Ambiental, afirma que a procura por banheiro químico é tão grande nesse período que a empresa não dá conta de atender a todos os pedidos. "Eu fico sem estoque durante o Carnaval, chegando a alugar 100% das cabines", diz.

Além das festas das cidades, Oliveira diz que há muitos eventos privados que também precisam do banheiro químico. O custo diário de um banheiro químico varia de R$ 110 a R$ 250, dependendo de quantas limpezas diárias forem contratadas. A empresa não divulga faturamento.

Setor está em alta, mas concorrência é grande

Para o consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) Marcelo Sinelli, o Brasil vive um momento de shows internacionais e grandes eventos, o que favorece a locação de banheiros químicos.

No entanto, ele diz que a concorrência no setor é grande e, por isso, a empresa deve ter um diferencial.

Ser refém de licitações é arriscado, diz consultor

Embora as prefeituras sejam as principais solicitantes de banheiros químicos no Carnaval, Sinelli declara que ficar refém de licitações pode ser um risco para a empresa.

Segundo o consultor, levam-se meses entre a abertura do edital e a assinatura do contrato. Para suportar esse tempo sem clientes, o negócio precisa ter capital de giro elevado. “Além disso, num edital vence quem tem o menor preço. Em alguns casos, isso significa reduzir a margem de lucro e contar um pouco com a sorte”, diz.

Para o advogado especialista em direito público e administrativo Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, outro risco nas licitações é a formação de carteis. "Infelizmente essa é uma prática comum no país. A pequena empresa que entra num processo licitatório em que os vencedores já estão 'combinados' acaba prejudicada."

O advogado afirma, ainda, que, em geral, os governos são maus pagadores. "A tendência é que quanto menor é o governo, pior pagador ele é. Depois, a empresa pode esperar por anos na justiça o pagamento da dívida."

Onde encontrar:

Fla-Con: Rua Alberto José, 380, Taboão da Serra (SP). Fone (11) 4137-9009. Site: www.fla-con.com.br

Star Ambiental: Rua da Bolívia, 308, Salvador (BA). Fone: (71) 3422-5800. Site: www.starambiental.com.br