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Criadores de quebra-cabeças buscam sucesso com game de zumbis para celular

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo (SP)

31/01/2014 06h00

Um personagem corre em alta velocidade, desvia de obstáculos, pega moedas suspensas no ar e mata zumbis. Este é o game idealizado por Felipe Lomeu, 29, Magnum Candido, 26, e Oswaldo Carvalho, 35, sócios da Pixtoy, desenvolvedora de jogos em Vitória (ES). Eles já fizeram antes um quebra-cabeças.

O game Break Loose deve ser lançado para smartphones e tablets em março e, até o final de 2014, a empresa espera faturar R$ 1 milhão, segundo Lomeu.

“Nossa meta é ficar, logo no lançamento, entre os 20 jogos mais baixados das lojas de aplicativos e permanecer na lista até o fim do ano”, afirma.

Para a coordenadora nacional de games e softwares do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Rosana Cristóvão de Melo, a meta da empresa é ousada, mas possível de ser alcançada.

Segundo ela, para chegar ao resultado esperado, o game precisa ser amplamente divulgado e cair no gosto do público. "Se o jogo tiver aceitação e se espalhar rapidamente, pode ser que a meta seja alcançada. Porém, é muito difícil saber se um game será aceito antes de ir para o mercado", afirma.

Lomeu diz que o jogo se passará em um cenário pós-apocalíptico, que sofreu com uma infestação de zumbis. O objetivo é pegar o máximo de moedas e derrubar o maior número de mortos-vivos que encontrar.

De acordo com Lomeu, a empresa foi criada há 18 meses com investimento de R$ 30 mil e mais alguns equipamentos pessoais dos sócios. Nos primeiros meses foi necessário investir, ainda, mais R$ 30 mil para dar fôlego ao negócio. Todo o capital veio de recurso próprio dos três sócios.

Outra experiência dos desenvolvedores foi com o jogo Cutesquare, um quebra-cabeças para tablets e smartphones, lançado no ano passado.

Empresa teve aporte de investidor-anjo

Depois do primeiro game, a empresa conseguiu uma vaga na aceleradora de negócios Start You Up, na capital capixaba. O primeiro fruto da aceleração foi a parceria com um investidor-anjo, que resultou em um aporte de capital na start-up. O valor não foi divulgado.

Lomeu afirma, no entanto, que a empresa não fatura o suficiente para cobrir os custos do negócio. “Hoje, sobrevivemos desse recurso do investidor. A expectativa é começar a faturar assim que o jogo for lançado.”

O download do game será gratuito nas lojas online de aplicativos, porém o jogador terá de pagar para obter benefícios como personagens, roupas, armas e vidas extras.

Concorrência no mercado é acirrada

Durante a Campus Party Brasil 2014, realizada em São Paulo (SP), especialistas no mercado de games debateram sobre os desafios do setor. A forte concorrência com empresas internacionais e a dificuldade para conseguir investimento foram citadas como as maiores barreira para as empresas iniciantes.

“Quando uma empresa desenvolve um jogo para celular, ela não vai disputar espaço só com games nacionais, mas também do mundo inteiro”, afirma o cofundador da aceleradora de negócios Aceleratech Pedro Waengertner.

Segundo ele, o desenvolvimento tecnológico em outros países como Japão, Coreia do Sul e Canadá é maior do que no Brasil, o que aumenta a dificuldade do empreendedor nacional.

Para o diretor da Abragames (Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais), Sandro Manfredini, conseguir investimento para bancar a criação de jogos é outra barreira para o empreendedor.