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Popó faz do boxe seu negócio e abre franquia de academia de lutas

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

04/06/2014 17h13

O ex-boxeador Acelino “Popó” Freitas tenta conquistar no mundo dos negócios o sucesso que teve como lutador. Durante a ABF Franchising Expo deste ano, ele anunciou o lançamento da Popó Fight Club, uma franquia de academias de lutas. A primeira unidade já está em funcionamento em Brasília há dois anos e servirá como matriz de treinamento para os novos franqueados.

As academias vão oferecer 12 modalidades esportivas e lutas, que incluem boxe, jiu-jítsu, muay thai, caratê, judô, kung fu, crossfit, entre outras. Em sociedade com a consultoria de franquias Saffi, o ex-boxeador ajudou a montar os treinos que serão trabalhados na rede, conta. 

As unidades, no entanto, não vão contar com aparelhos para musculação. Serão utilizados apenas equipamentos para treino como ringues, octógonos e sacos de areia. “O treinamento oferecido nas academias será o mesmo que eu tive quando era atleta. Sem fazer musculação fui campeão mundial de boxe quatro vezes”, diz.

O investimento inicial mínimo é de R$ 350 mil e o faturamento médio mensal é de R$ 75 mil, de acordo com a rede. A expectativa é inaugurar 12 academias em um ano. As mensalidades vão de R$ 100 a R$ 200, dependendo do número de aulas semanais.

70% dos alunos da rede são mulheres

De acordo com Popó, cerca de 70% dos 650 alunos da unidade em funcionamento em Brasília são mulheres. Ele afirma que a prática de lutas ajuda na perda de peso, o que explica a grande procura feminina, já em academias convencionais, a demanda maior é pelo aumento de massa muscular.

“Em algumas modalidades como o muay thai, a quantidade de mulheres ultrapassa 80%. É uma atividade que queima muito mais calorias do que correr na esteira ou pedalar na bicicleta”, diz.

Lutadores de UFC criaram rede Team Nogueira

Em 2012, os lutadores Minotauro e Minotouro entraram também para o mercado de academias com sua franquia Team Nogueira. Fora dos octógonos de UFC (Ultimate Fighting Championship, campeonato de luta mista), os irmãos já contavam 33 unidades vendidas até julho de 2013 --três delas fora do país. 

A academia oferece aulas de artes marciais e condicionamento físico, realizadas em ringues e octógonos. Há programas específicos para diferentes públicos, como mulheres, adolescentes e crianças. 

Mercado cresceu, mas concorrência é acirrada

O mercado de academias está em alta no país. Segundo dados da Acad (Associação Brasileira de Academias) o setor tem mais de 30 mil estabelecimentos em funcionamento e faturou R$ 5,7 bilhões em 2013. Dez anos antes, a receita era de R$ 1,2 bilhão e os pontos comerciais somavam 5.000.

Para Waldyr Soares, presidente da Fitness Brasil, empresa que organiza feiras e treinamentos para o setor, esse crescimento se deve à entrada das classes C e D nas academias e à crescente busca da população por bem-estar e qualidade de vida.

“Com mensalidades a partir de R$ 50 é possível frequentar academias extremamente bem equipadas. Há dez anos isso não existia. Por isso, para entrar no mercado, o empresário deve investir pesado em equipamentos e treinamento”, diz.

Soares afirma que a concorrência é acirrada no segmento, mas ainda há oportunidades para novos negócios. Segundo ele, a tendência do mercado são academias segmentadas.

“Já não é mais possível abrir uma academia no fundo do quintal e achar que vai dar certo. É preciso planejar a escolha do ponto, avaliar se há público naquele local, a faixa de renda, ”, diz.