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Oferta de lojas em aeroportos cresce de 15% a 25% nos últimos 5 anos

Larissa Coldibeli

Do UOL, em São Paulo

22/07/2014 06h00

As reformas nos principais aeroportos brasileiros ampliaram as oportunidades de negócio para quem atua no varejo. Segundo a Infraero, houve um incremento médio de 15% a 25% no tamanho da área comercial dos terminais aeroportuários de capitais nos últimos cinco anos.

Apesar de o custo de ocupação ser mais alto que em shopping centers e o processo de contratação ser burocrático, empresários consideram que o negócio vale a pena por conta do fluxo constante de usuários e da visibilidade que a marca conquista, inclusive entre estrangeiros.

Com restaurantes nos aeroportos de Guarulhos, de Viracopos, de Brasília e de Natal, Ricardo Rinkevicius, 49, presidente da rede de franquias Espaço Árabe, conta que as unidades em aeroportos recebem de seis a sete vezes mais clientes do que as de shopping. Isso porque há procura em todos os horários do dia, e não apenas no almoço e no jantar. 

No entanto, o empresário conta que o aluguel de seus restaurantes nos terminais chega a custar cinco vezes mais que em shoppings de São Paulo, como Cidade Jardim e Market Place.

Mesmo com valores altos de locação, o diretor da rede de franquias de lojas de brinquedos Fantasia, Alex Cassundé, 37, negocia a entrada nos aeroportos de Brasília, Salvador e Viracopos. Hoje a rede tem unidades em Congonhas e Guarulhos, onde o faturamento chega a ser o dobro das lojas em shoppings, diz.

Para Marcos Hirai, diretor da empresa de prospecção de pontos comerciais BG&H, os negócios que têm mais chance de sucesso são os de alimentação, acessórios de viagem, conveniência e presentes. "Produtos como calçados e roupas, que o cliente precisa provar, têm mais risco", afirma.

Infraero faz licitação para aluguel em aeroportos

Como empresa pública, a Infraero realiza licitações para o aluguel dos espaços comerciais nos aeroportos. A cada pregão, a empresa divulga o tamanho da área, a que tipo de negócio se destina o espaço, o valor mínimo de aluguel e os documentos exigidos. A maior proposta de remuneração ganha o direito a alugar o ponto. 

Para o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o aluguel médio contratado pelas lojas é de R$ 65,7 mil mensais. No Santos Dumont, no Rio de Janeiro, a média é de R$ 36,7 mil. A Infraero, no entanto, não informou o tamanho dos pontos comerciais. 

Os valores altos não são os únicos empecilhos para a escolha do ponto comercial. A burocracia da licitação requer preparo e paciência dos empresários. 

“As certidões exigidas demoram dias para sair e têm validade de um mês, então, é necessário coordenar o pedido dos documentos com a data da licitação para não perder prazos”, diz Sidney Rabinovich, 57, fundador da rede de franquias de almofadas Fom, que está presente em seis aeroportos do país. 

Para Frederico Escobar, 31, diretor-executivo da rede de franquias de calçados e acessórios It Beach, o processo de licitação é uma oportunidade, pois iguala as chances de pequenas e grandes empresas, independentemente do poder e da representatividade da marca. A rede possui 47 lojas, das quais 27 são em aeroportos.

“Já participei de licitações em que concorri com marcas fortes, que fizeram ofertas maiores pela locação do espaço, mas que perderam a chance por não apresentarem a documentação em dia no prazo estipulado. Como eu estava organizado, consegui entrar”, declara.

Onde encontrar

Licitações da Infraero: licitacao.infraero.gov.br/portal_licitacao/