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Caçadores de fungos oferecem franquia a partir de R$ 58 mil

Andréia Martins

Do UOL, em São Paulo

12/08/2014 06h00

Quem sofre com rinite, alergia e outros problemas respiratórios conhece a dificuldade de viver em um ambiente úmido ou empoeirado. Atentas a isso, franquias brasileiras investem em tecnologias próprias para exterminar ácaros e fungos de casas e instalações comerciais.

Criada em 2004 em Campinas (SP), a Safe Clean tem 25 unidades e diz que o faturamento médio mensal de uma unidade consolidada é de R$ 65 mil. Já a paulistana Supersan, que começou em 2009, afirma que suas 53 unidades geram uma média de R$ 40 mil ao mês.

Como o atendimento é feito em domicílio, quem pretende investir nesse negócio não precisa de um ponto comercial, apenas de um veículo de trabalho e de local para armazenar o material.

Para abrir uma unidade dessas franquias, o investimento inicial começa em R$ 58 mil, mais o carro e o capital de giro, no caso da Safe Clean. A Supersan estima uma injeção inicial de R$ 170 mil, incluso os custos do veículo e o capital de giro. 

Clientes corporativos são maior parte do negócio

Fruto da parceria de dois sócios com experiência no ramo químico, a Safe Clean faz limpeza e eliminação de micro-organismos de carros, tapetes, sofás e ar-condicionado. A empresa afirma que seu sistema de desinfecção com lâmpadas germicidas (semelhante a uma luz fluorescente) elimina bactérias, ácaros e fungos.

O preço do serviço é calculado de acordo com o tipo e o tamanho do ambiente. A higienização de um sofá de três lugares, por exemplo, custa, em média, R$ 180. Para impermeabilização são outros R$ 160, diz a sócia Fernanda Castro. 

A Supersan também apostou em tecnologia própria para exterminar fungos e ácaros: criou um líquido que promete formar uma película protetora para evitar a proliferação de micro-organismos por seis meses. O preço do serviço é calculado de acordo com o tipo e o tamanho do ambiente, indo de R$ 4 a R$ 10 o metro quadrado.

Os principais clientes desse serviço são escritórios, empresas e hotéis, declara Eduardo Scavariello, sócio da Safe Clean. O mesmo acontece no negócio da paulista Supersan.

“Empresas são obrigadas a realizar esses serviços por uma necessidade de saúde pública; então, estabelecem uma rotina de aplicação. Assim, nós não ficamos reféns da sazonalidade de clientes residenciais, que procuram o serviço apenas em tempos chuvosos”, diz Valter Medina, diretor-geral da Supersan.

Redes têm desafio de vender necessidade do serviço

Segundo Marcelo Nakagawa, professor de Empreendedorismo do Insper, "a percepção que sem tem é que este é um mercado difícil de trabalhar porque depende do valor que você entrega para o cliente". "Por outro lado, é um mercado fácil de entrar, já que dominar as técnicas não é algo tão complicado", diz.

Nakagawa comenta que manter o padrão dos serviços é fundamental para o sucesso de uma franquia e da marca que ela representa.

Por não ser muito conhecido, outra dificuldade do ramo é mostrar a necessidade do serviço, aponta o professor. 

“Nossa maior dificuldade hoje é vender essa necessidade”, conta Scaraviello, da Safe Clean. Por isso, o empresário é dos que considera necessária a concorrência, que ainda é baixa no segmento. “Quanto mais empresas aparecerem, melhor para reforçar esse conceito”.