Receita dos pequenos negócios de SP sobe 3,7% no mês; em um ano cai 8,9%

O faturamento das micro e pequenas empresas paulistas teve alta de 3,7% em agosto, na comparação com julho, segundo levantamento do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo).

Em agosto, a receita total dos pequenos negócios do Estado foi de R$ 47,4 bilhões (já descontada a inflação), ante R$ 45,7 bilhões no mês anterior.

De acordo com o Sebrae-SP, o número positivo foi influenciado pelo maior número de dias úteis em agosto. O mês de julho foi mais prejudicado por causa de feriados e horários reduzidos durante a Copa do Mundo.

Na comparação com agosto de 2013, no entanto, o faturamento dessas empresas caiu 8,9%. Na ocasião, os pequenos negócios acumularam R$ 52 bilhões em receita.

A explicação para a queda do faturamento na comparação anual está no baixo crescimento da economia brasileira este ano, segundo o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.

“As micro e pequenas empresas têm forte dependência do mercado interno, que está sofrendo com inflação alta, juros mais elevados e limitações na concessão de crédito", diz.

Para Caetano, esses fatores levam a um quadro de incertezas econômicas e a uma deterioração da confiança de empresários e consumidores.

"As consequências aparecem no caixa dos pequenos negócios, já que o consumidor fica mais cauteloso na hora de ir às compras”, declara. 

Faturamento dos pequenos negócios cai em todas as regiões do Estado

O levantamento do Sebrae-SP também mostra queda no faturamento dos pequenos negócios em todas as região do Estado, na comparação anual.

A maior baixa na receita foi das empresas do interior de São Paulo: 12,8%. Na capital, a receita recuou 5,7%, enquanto que na Região Metropolitana e no Grande ABC houve redução de 4,8% e 3,2%, respectivamente.

“A queda no interior do Estado está ligada à forte base de comparação, já que em agosto do ano passado os negócios da região haviam registrado desempenho bem mais animador, na comparação com as demais regiões”, diz o coordenador de pesquisas do Sebrae-SP, Marcelo Moreira.

O pessoal ocupado nas micro e pequenas empresas paulistas, que inclui sócios-proprietários, familiares, empregados e terceirizados, registrou alta de 0,2% de janeiro a agosto de 2014, ante o mesmo período do ano anterior.

O rendimento real (salários e outras remunerações) dos empregados nos pequenos negócios, no mesmo período, apresentou queda de 0,2%. O gasto total com a folha de salários registrou elevação de 1,8%.

A pesquisa do Sebrae-SP é realizada mensalmente com 2.716 empresários. No levantamento, as micro e pequenas empresas são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os dados reais apresentados foram deflacionados pelo INPC-IBGE.