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Ex-boy tem negócio que resolve burocracia e emprega quase 100 pessoas

Edivan Costa, proprietário da Sedi - Divulgação
Edivan Costa, proprietário da Sedi Imagem: Divulgação

Andréia Martins

Do UOL, em São Paulo

24/11/2014 06h00

Quem já passou pela rotina sabe: abrir uma empresa e conseguir alvarás no Brasil requer atenção e paciência. A exigência de determinados documentos e seu tempo de análise prolongam o processo. Então, por que não montar um negócio que resolva isso? Foi o que pensou o ex-office boy Edivan Costa, 41, quando fundou em 1996 a Sedi.

Sua empresa hoje atua em 11 Estados e tem 90 funcionários. Com uma carteira de grandes clientes que inclui Carrefour, ViaVarejo e Beleza Natural.

O envolvimento de Costa com esse universo aconteceu aos 19 anos, quando trabalhou como office boy em uma pequena imobiliária e, depois, como despachante imobiliário. Certo dia, um abacaxi caiu em suas mãos: obter 32 alvarás de funcionamento para um grupo local de supermercados de Belo Horizonte. A tarefa foi cumprida em 29 dias, conta.

“Sempre me senti bem em resolver os problemas relacionados a regularização dos imóveis, mas percebia que quando resolvia o ‘problema’ do imóvel, 90% das vezes estabelecia uma empresa no local. Hoje somos especializados em resolver problemas burocráticos juntos aos órgãos governamentais”, diz Costa.

Para o empresário, seu serviço é bem-sucedido por ajudar os clientes a ganharem tempo para se dedicar a seu negócio.

Empresa concorre com profissionais de contabilidade

Embora tenha encontrado um nicho pouco explorado por empresas, o serviço oferecido por Costa concorre com um vasto mercado de autônomos. E muitos deles podem oferecer preços mais competitivos.

“A explosão de micro e pequenas empresas aumentou o mercado para os profissionais da área contábil. Hoje os processos melhoraram, mas não na velocidade da necessidade. Muitas vezes o corpo a corpo nos cartórios e órgãos públicos fica para o empresário, que não sabe lidar com isso”, comenta Joaquim de Alencar Bezerra, coordenador institucional do Conselho Federal de Contabilidade.

Empresa precisa se destacar em mercado amplo

O professor da Fundação Dom Cabral Paulo Vicente Alves avalia que o mercado é amplo, mas é preciso se destacar para ter sucesso. “Hoje muitas pessoas preferem vender a empresa a fechá-la, devido ao tempo que leva para encerrar um negócio. Então, é um serviço necessário."

"Se você tem uma sacada que ninguém tem, se diferencia. A confiança do cliente você conquista apresentando clientes, os serviços já prestados”, diz Alves.

O empresário afirma que, para ele, a burocracia não é um bicho de sete cabeças, mas envolve uma questão cultural. “Nos países considerados de terceiro mundo a burocracia é tratada como pejorativa, e é uma das razões que fazem esses países sofrerem tanto e ter tanta corrupção. Burocracia gera oportunidades, não é uma geradora de riqueza.”