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Falcão e Denílson lançam franquia de R$ 80 mil e bancam metade do valor

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

21/01/2015 06h00

Craques na quadra e no campo, o jogador de futsal Falcão e o ex-jogador e comentarista da Band Denílson armaram uma nova jogada: uma franquia que propõe sociedade com o empreendedor. Para abrir uma loja ou quiosque da marca de roupas 100RSDN (lê-se “sem risadinha”), é necessário que o interessado arque apenas com metade do investimento. A outra metade, os boleiros bancam.

O investimento total para a abertura do negócio parte de R$ 80 mil. Caso opte pela sociedade, o interessado desembolsa a partir de R$ 40 mil. O franqueado também pode ser dono sozinho. Segundo Romério Souza, diretor do Grupo Alquimia, empresa responsável pela formatação e expansão do negócio, para qualquer das opções, não há necessidade de capital para compra e reposição do estoque.

Os produtos são oferecidos em consignação, ou seja, sem custo, porém é repassada à franquia uma porcentagem que varia de 40% a 60% sobre cada venda, conforme o produto. O que não for vendido ou “encalhar” é devolvido à franqueadora, que fará a venda com desconto em outros canais de venda, como o e-commerce e um outlet a ser inaugurado pela marca no segundo semestre, segundo a empresa.

Quando o franqueado opta pela sociedade, o lucro líquido é dividido entre franqueado e franqueadora proporcionalmente ao investimento. Ou seja, se arcou com a metade, receberá a metade. Quando ele é dono sozinho, fica com 100%. No entanto, em todos os casos, sobre o faturamento bruto mensal, há uma taxa de royalties de 6%. 

Franqueado pode vender sua parte da unidade

Segundo Souza, ainda há uma cláusula de recompra da unidade no contrato. Caso o franqueado não consiga recuperar o investimento em até 36 meses ou não se adapte ao negócio, a rede promete fazer o reembolso do valor investido, menos a taxa de franquia --R$ 50 mil (quiosque) e R$ 80 mil (loja física). “O ponto passará a ser administrado pela matriz ou por outro franqueado”, declara Souza. 

A franquia oferece dois formatos de negócio: quiosque e loja. Segundo a rede, o quiosque tem investimento inicial a partir de R$ 80 mil e faturamento médio mensal previsto de R$ 60 mil. Já a loja física custa a partir de R$ 350 mil, com receita de R$ 300 mil por mês. O lucro líquido previsto pela rede varia de 7% a 15% sobre o faturamento e o prazo de retorno do investimento vai de 24 a 36 meses para ambos os modelos.

Nome da marca surgiu de uma brincadeira nas redes sociais

A ideia do negócio surgiu de uma brincadeira dos próprios boleiros. Denílson foi o primeiro a publicar, em 2013, fotos nas redes sociais com o rosto sério, sem risadinha. Em pouco tempo, outros atletas e artistas começaram a postar fotos da mesma forma.

Na tentativa de fazer do movimento uma marca, Denílson se juntou a Falcão e os dois decidiram criar a franquia. Também faz parte da sociedade o atacante Nenê, do Al Gharafa (Qatar), que entrou mais tarde para o time.

O investimento para criar o negócio foi de R$ 1 milhão. A primeira unidade é um quiosque e opera desde novembro no shopping Itaquera, em São Paulo. A meta é vender mais 30 unidades até o fim de 2015, segundo Souza.

Famosos não garantem sucesso da franquia, diz especialista

Ter uma personalidade famosa por trás de uma marca, no entanto, não é garantia de sucesso, segundo Ana Vecchi, diretora da consultoria Vecchi Ancona. “Eles podem ser excelentes atletas, mas não necessariamente sabem gerir um negócio”, afirma. “Quem pretende investir precisa ser criterioso, analisar a estrutura e o suporte oferecidos e comparar com outras opções no mercado.”

Mas o risco maior, segundo ela, é que o modelo de negócio ainda é muito recente para que se possa confiar nos resultados. "Por ser uma franquia nova e só com uma unidade, o risco do investimento é maior, pois o modelo ainda não foi testado."

Para a especialista, dividir o investimento com a franqueadora é uma solução interessante para quem tem perfil compatível com a franquia, mas não dispõe de todo o capital inicial. Porém, é preciso ter cuidado e calcular o quanto sobrará de lucro líquido para o franqueado. “Pode ser que o lucro seja tão pequeno a ponto de o negócio não valer a pena”, diz.

Vecchi declara, ainda, que a consignação do estoque é um formato que precisa ser testado no franchising. No entanto, é possível que a estratégia gere certo comodismo por parte do franqueado. “Como ele sabe que não arcará com o prejuízo do produto ‘encalhado’, pode ser que não se esforce tanto para vender.”